sexta-feira, 2 de junho de 2017

Polícia Federal deflagra operação que investiga desvio de mais de R$ 18 mi da saúde no MA


SÃO LUÍS – A Polícia Federal (PF) deflagrou, na tarde desta-sexta-feira, a 4ª fase da Operação Sermão aos Peixes, conhecida como Rêmora. Esta operação apura indícios de desvios de recursos públicos federais destinados ao sistema de saúde do Estado do Maranhão, que estavam sendo geridos pelo Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania (IDAC), organização social sem fins lucrativos. A ação foi realizada em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal do Brasil (RFB). Foram cumpridos 19 mandados judiciais, sendo 4 mandados de prisão preventiva, 1 mandado de prisão temporária, 9 mandados de busca e apreensão. O montante dos recursos públicos federais desviados ainda está sendo contabilizado, mas até o presente momento a cifra já supera a quantia de R$ 18 MILHÕES.
Além dos mandatos, foi determinado, também, o bloqueio judicial e sequestro de bens num total que supera a cifra de R$ 12 milhões. Segundo a PF, durante as investigações foram coletados diversos indícios de que recursos públicos destinados ao sistema de saúde estadual do Maranhão, os quais eram geridos pelo IDAC, estariam sendo desviados por meio de vultuosos saques em espécie, que estariam sendo realizados por um funcionário da organização social diretamente das contas do Instituto.
Após firmar contratos de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde do Maranhão, o IDAC passou a receber centenas de milhões de reais dos cofres públicos, os quais deveriam ser empregados, com exclusividade, na administração de diversas unidades hospitalares estaduais, tais como: Hospital Regional de Carutapera, Hospital Geral de Barreirinhas, Hospital Aquiles Lisboa, Hospital de Paulino Neves, AME Barra do Corda, AME Imperatriz e, recentemente, passou a administrar também a Unidade de Pronto Atendimento do município de Chapadinha/MA.
A CGU investiga ainda os indícios de que alguns contratos firmados pelo IDAC com a Secretaria Estadual de Saúde foram aditados com a finalidade de permitir o saque dos valores acrescidos ao contrato de gestão.
Ainda segundo a investigação, um funcionário chegou a realizar dezenas de saques no valor de R$ 200 mil, saindo de uma agência bancária levando os valores em dinheiro vivo.
A partir da deflagração da Operação Sermão aos Peixes, em novembro de 2015, os investigados passaram a fragmentar os saques na tentativa de enganar o COAF, conduta que, no entanto, foi percebida pela PF.
O monitoramento e ação controlada realizada pela Polícia Federal durou cerca de 70 dias, oportunidade em que foi possível reunir indícios de que parte dos valores sacados pelo funcionário eram entregues ao Presidente do IDAC e seus diretores.
Mais – Nome da operação
O nome da Operação é uma referência a um trecho do Sermão do Padre Antônio Vieira (1654), que ficou conhecido como o “Sermão aos Peixes”, no qual o Padre toma vários peixes como símbolos dos vícios e corrupção da sociedade. O peixe RÊMORA seria pequeno, mas possuiria uma grande força para influenciar os acontecimentos.

Fonte: Portal Imirante/ Jornal O Estado do Maranhão

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