Agentes da Polícia Federal (PF) prenderam hoje (3), na Bahia, o
ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Segundo o
Ministério Público Federal (MPF), o político baiano estaria tentando
obstruir a investigação de supostas irregularidades na liberação de
recursos da Caixa Econômica Federal.
A prisão preventiva foi
pedida pela PF e pelos integrantes da Força-Tarefa da Operação
Greenfield, a partir de informações fornecidas em depoimentos do doleiro
Lúcio Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor
jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, sendo os dois
últimos em acordo de colaboração premiada.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Geddel.
Em janeiro deste ano, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na
casa do ex-ministro, alvo da Operação Cui Bono, que investiga o suposto
esquema de corrupção na Caixa no período entre 2011 e 2013 – período em
que Geddel ocupou a vice-presidência de Pessoa Jurídica da instituição.
A
Operação Cui Bono – expressão latina que em português significa “a quem
beneficia?” – é um desdobramento da Operação Catilinárias, deflagrada
em dezembro de 2015, no âmbito da Operação Lava Jato, quando policiais
federais encontraram um telefone celular na residência do então
presidente da Câmara dos Deputados, o ex-deputado federal Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), que revelou uma intensa troca de mensagens eletrônicas dele
com Geddel.
Agora, os autores do pedido de prisão preventiva de
Geddel dizem que o ex-ministro estaria tentando evitar que Cunha e o
corretor Lúcio Funaro firmem acordo de colaboração com o MPF, atuando
para garantir vantagens indevidas aos dois e “monitorando” o
comportamento do doleiro de forma a constrangê-lo a não fechar o acordo.
Na
petição à Justiça, os procuradores reproduziram mensagens que dizem que
Geddel enviou à mulher de Funaro entre os meses de maio e junho. As
mensagens, segundo o MPF, foram entregues às autoridades pelo próprio
Funaro. Para os investigadores, Geddel continua agindo para obstruir a
apuração dos crimes.
Geddel é o quinto investigado por suspeitas
de fraudes em recursos administrados pela Caixa a ser preso
preventivamente. Além de Eduardo Cunha e de Lúcio Funaro, também estão
presos o também ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo
Alves, e o ex-agente do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço (FGTS), André Luiz de Souza. Embora fosse um dos alvos dos
mandados de prisão contra os investigados por irregularidades na Caixa,
Henrique Eduardo Alves acabou sendo preso, em junho, no âmbito da
Operação Manus, que apura a suspeita de corrupção ativa e passiva e
lavagem de dinheiro na construção do estádio Arena das Dunas, em Natal
(RN).
Agência Brasil
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