Mais uma parceria entre o Governo do Estado e a iniciativa privada está garantindo a qualificação profissional de trabalhadores maranhenses, com vistas a atender à demanda por mão-de-obra pelos grandes empreendimentos em instalação no Maranhão. Dessa vez, a ação é de iniciativa do Grupo Suzano de Celulose e Papel, que vai instalar uma fábrica na cidade de Imperatriz, com previsão de investimento de cerca de R$ 4 bilhões. O acerto foi firmado entre os secretários do Trabalho, José Antônio Heluy, e de Indústria e Comércio, Maurício Macedo, com diretores da Suzano.
Na primeira etapa da ação de qualificação, já em andamento, foram reservadas 320 vagas para formação de técnico em celulose e papel, com oferta para Imperatriz e região adjacente. Em menos de uma semana de inscrição, mais de 30 mil candidatos se inscreveram.
O campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) em Imperatriz, responsável pelas inscrições e realização das aulas, juntamente com o Senai da Bahia, informou que a concorrência para o curso ficou em quase 100 candidatos por vaga, tendo inclusive concorrentes de 16 outros estados. A prova está marcada para 9 de abril no município da região tocantina.
A ação conjunta com o governo prevê cursos para formação de técnicos em manutenção mecânica, elétrica e de instrumentação; para operador de máquinas florestais; para construção civil e ainda para serviços, numa perspectiva de investimento social.
De acordo com o secretário de Trabalho, a implantação da fábrica em Imperatriz, é estruturante para a economia maranhense, especialmente para as regiões tocantina e sul. "Teremos a oportunidade de gerar emprego e renda, dentro de uma nova modalidade de cultura que é a de florestas plantadas, inédito em nosso estado", ressaltou José Antônio Heluy.
"Planejar e executar uma qualificação que se dá pelo viés social também é fundamental para garantir o crescimento da região como um todo, porque quem trabalha na área de celulose e papel precisa de moradia, precisa de alimentação, precisa de serviços em geral, o que fortalece a cadeia produtiva de toda a região tocantina", destaca o secretário.
O diretor de Recursos Humanos da Suzano, IIques Sandes, informou que o planejamento prevê 5.700 vagas para cursos na área de Construção Civil e Montagem Industrial e cerca de mil vagas para qualificação em Serviços. "Queremos formar ainda 600 pessoas na área técnica de celulose e papel e mais 400 na área florestal", afirmou. "Nosso planejamento não seria possível sem a parceria do poder público, que tem contribuído sobremaneira para a realização deste empreendimento", observou.
Outras experiências
A Secretaria de Trabalho já executa parcerias com a iniciativa privada para formação de trabalhadores. A primeira experiência se deu com o Consórcio GSF, responsável pelo início das obras civis da refinaria de Bacabeira, que abriu sua primeira turma de qualificação para operadores de máquinas pesadas e motorista basculante na construção civil.
As aulas tiveram início na última segunda-feira (14), no canteiro de obras do empreendimento e tem previsão de formar até 990 trabalhadores de São Luís, Bacabeira, Rosário e Santa Rita.
Para Pedro Bezerra, gerente de RH do Consórcio, a necessidade da mão-de-obra especializada foi imperativa para a iniciativa. "O Consórcio forma o trabalhador e avalia. De acordo com a avaliação, ele pode ou não, ser contratado", explicou.
Fábrica em Imperatriz
A previsão é que as obras de construção da fábrica tenham início no primeiro semestre de 2011 e as atividades devam começar em 2013, com capacidade para produzir 1,3 milhão de toneladas por ano de celulose, abrangendo as áreas de Imperatriz, Porto Franco e Açailândia, onde já existem florestas disponíveis, infraestrutura e sistema de logística para o empreendimento.
A produção de celulose da Suzano será exportada, por meio de navio a um terminal privado que o grupo pretende construir em São Luís, possivelmente próximo ao Porto do Itaqui.
A instalação do empreendimento vai gerar sete mil empregos diretos durante o pico máximo das obras, mantendo-se uma média de 3.500 empregos diretos e 15 mil empregos indiretos nas demais etapas.
Fonte: SECOM-MA
Edição: Cícero Ferraz