Brasília - Fiquei impressionado hoje pela manhã em Brasília quando me dirigia ao Congresso Nacional. Mais de 2 mil manifestantes, vindo de vários municípios do Estado, faziam um protesto com objetivo de pressionar a Câmara a voltar para as Assembleias o poder de criação de municípios.
Eram pessoas humildes sonhando com dias melhores. Representavam 46 povoados que almejam a emancipação. Alguns viajaram dois dias para chegar à Capital Federal. Vieram em cerca de 50 ônibus. Parte dessa conta foi paga pelos próprios prefeitos de onde surgirão essas cidades. O movimento é tão organizado que eles estavam vestidos com camisas e empunhavam as bandeiras dos seus municípios.
Muitos políticos apareceram para dar apoio. Passaram para conversar o senador João Alberto, os deputados federais Gastão Vieira (PMDB), Carlos Brandão (PSDB) e Ribamar Alves (PSB), os estaduais Roberto Costa (PMDB) e Zé Carlos da Caixa (PT), e até o juiz Roberto Veloso, presidente da Ajufer (Associação dos Juízes Federais da 1ª Região).
“Eu acho importante. O Maranhão é um Estado muito grande e, efetivamente, há poucos municípios. Há alguns povoados longe demais da sede”, disse Veloso, era saudado por um grupo que quer desmembrar o povoado Alto Brasil de Grajaú.
Carlos Brandão explicou que foi criada uma comissão especial da Câmara para discutir o assunto, mas ela não se reúne. Ele explicou que a Casa estuda a criação de critérios para a criação de uma nova cidade. Só após essa definição, a Casa deve devolver às Assembleias o poder de criação.
Moradores de Palestina, a ser deslocada de Anapurus, com Gastão
“Eu apresentei uma proposta para que não se crie município em período eleitoral. Estava uma bagunça danada e foi por isso que a Câmara chamou para si essa questão”, explicou o tucano.
De acordo com Gastão Vieira, “o movimento foi muito bom”. “A Câmara nunca assumiu essa tarefa. Há consciência que é papel das Assembleias criar municípios, mas tem-se de definir alguns critérios”, disse o deputado,lembrando que a primeira providência é definir o limite entre o município-mãe e o a ser criado.
Apesar de elogiarem a iniciativa, os próprios parlamentares desmonstraram desânimo com uma solução imediata para o caso. Após todo o trâmite no Congresso Nacional, o projeto criando um nova unidade no Estado, mesmo após aprovação das Assembleias Legislativas, ainda enfrentará um plebiscito envolvendo toda a população da cidade-mãe.
Veja quem está em Brasília querendo virar município:
Nazaré dos Brunos e Brejinho dos Cocais (Caxias), São Simão (Rosário), Moisés Reis (Codó), Ebenézia (Zé Doca), Jacaré do Maranhão (Penalva), Faísa e Cecilândia (Buriticupu), Palmares e Roberto Leite (Itapecuru), Ipuiru e Belém do Maranhão (Tuntum), Ipiranga e Santa Vitória (Barra do Corda), Novo Bacabal (Açailândia), Santo Onofre (Santa Luzia), Coque (Vitória do Mearim), Palestina (Anapurus), Maracanã (São Luís), Paiol do Centro (Parnarama), Queimadas (Santa Helena), Baixão Grande (São Domingos do Maranhão), Alto Brasil (Grajaú), Calumbi (Presidente Dutra), Coqueiro (São Bernardo), Auzilândia (Alto Alegre), Senador João Alberto (Bom Jardim), Santo Onofre (Santa Luzia do Tide), Barro Duro (Tutóia), além de Nova Conquista, Juçaral Mirim, Porto Santos, Cajazeiras, Cordeiro do Maranhão, Três Lagos e Quadro.
Fonte: Blog do Décio
Edição: Cícero Ferraz
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