Pedido foi feito na internet pelo diretor do hospital, Yglesio Moyses.Prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior, já decretou situação de emergência
Logo após ter feito na quinta-feira (10), um apelo em sua página no facebook, o diretor do Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I), em São Luís, Yglesio Moyses, já contabiliza doações de alimentos para o hospital.
As doações começaram a chegar à unidade nesta sexta-feira (11) e, segundo a direção, há uma equipe responsável pela recepção e tratamento dos alimentos recebidos.
“Já recebemos doações, mas ainda não conseguimos catalogar. É importante ressaltar que a Vigilância Sanitária já instalou profissionais de plantão para fiscalizar toda a entrada de alimentos, no sentido de garantir a segurança alimentar no hospital. Espero que em uma semana já esteja tudo regularizado”, afirmou Yglesio Moyses. Segundo o hospital, no momento em que a equipe do G1 esteve no local, a alimentação dos pacientes já estava sendo preparada com as doações recebidas. Por isso, a entrada da equipe não foi autorizada.
A situação, para quem acompanha pacientes em tratamento chega a ser revoltante.
“A gente não pode negar um alimento a uma pessoa, mas essa responsabilidade é dos políticos. Cadê os recursos? O prefeito sai, deixando uma situação como essa e ninguém faz nada? Se fosse um ladrão de galinha, todo mundo já estaria atrás”, disse, revoltado, o corretor imobiliário, José Sidney Machado, que acompanhava um amigo que busca tratamento no hospital há quatro dias.
Em entrevista concedida ao G1 nesta quinta-feira (10), o diretor chegou a afirmar que já doou “quase 100 quilos de alimentos do próprio bolso para evitar mais problemas para fornecer alimentação aos pacientes”. Sobre a parceria com o Governo do Estado, Yglesio esclareceu que o “envio de insumos” foi enviado até o dia 2 de janeiro e que, agora, está mantida somente no âmbito da transferência de pacientes.
"A parceria foi mantida somente no âmbito da transferência de pacientes. Aqui não chegou alimentação. O fornecimento veio até o dia 2, teve uma reunião, com secretários, prefeitura e governo, para discutir os termos da continuidade da parceria, mas isso não se concretizou. De fato, nós não recebemos mais. O Estado não está mais fornecendo insumos para o hospital, isso eu posso garantir”, declarou
Contudo, em nota enviada ao G1, o Governo do Estado disse que continua à disposição da Prefeitura de São Luís para dar prosseguimento à parceria institucional na área da saúde, iniciada ainda na gestão anterior, e comunica que permanece funcionando normalmente o serviço de transferência de pacientes entre as unidades municipais e estaduais.
Fonte:G1 Maranhão
Edição: Cícero Ferraz
Esclarece, porém, "que com a mudança de comando na administração, não recebeu o detalhamento de ações a serem desenvolvidas, como vinha ocorrendo o que possibilitou, por meio da atuação da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a limpeza e higienização das unidades municipais, com doação de roupas de cama, equipamentos e medicamentos, transferência de pacientes, realização de cirurgias e de mutirão de procedimentos na área da ortopedia no Hospital Geral".
Ciente de que a nova gestão preparou-se para assumir a Prefeitura da capital, inclusive com uma Comissão de Transição criada para conhecer a realidade da cidade, em números e ações, "o Governo do Maranhão espera urgência na decisão da Prefeitura, que só trará benefícios aos cidadãos usuários dos serviços públicos de saúde".
Caos na saúde
O prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, decretou estado de emergência na saúde nesta quinta-feira (10). Em coletiva, o secretário municipal de Saúde, Vinicius Nina, afirmou que os auditores da prefeitura descobriram um acúmulo de dívidas na pasta que chega a R$ 140 milhões.
Em novembro do ano passado, representantes da Comissão Nacional de Defesa dos Diretos Humanos (CNDDH) e do Conselho Municipal de Saúde protocolaram uma denúncia no Ministério Público do Maranhão (MP-MA), revelando que os funcionários do Hospital Municipal Clementino Moura (Socorrão II) estariam sem receber os salários e, os pacientes, sem alimentação e medicamentos.
Atualmente, a Polícia Federal investiga indícios de desvio de recursos públicos na Secretaria Municipal de Saúde durante a gestão do ex-prefeito João Castelo, principalmente no que diz respeito às verbas destinadas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Fonte:G1 Maranhão
Edição: Cícero Ferraz
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