Foi preso em flagrante, na tarde desta terça-feira, um homem, 34 anos, acusado de sequestrar uma criança e mantê-la refém durante cinco anos. Em novembro de 2004 ele teria convencido uma menina de seis anos a acompanhá-lo até em casa e passou a agir como se fosse seu pai. Nunca houve pedido de resgate, o que tornou o caso um dos mais emblemáticos de desaparecimento infantil no Estado.
Segundo o delegado Andrei Vivan, após a localização da criança na tarde de hoje, foi expedido um mandato de prisão contra ele. A família dele colaborou nas buscas.
Autuado em flagrante, o homem responderá pelo crime de sequestro, que tem pena de um a três anos reclusão e pode ser ampliada em até cinco anos por a vítima ser menor de idade.
"Ainda não entendemos quais eram os mecanismos de coerção que ele usava. Sabemos que a menina não lembrava de seu sobrenome e não frequentou a escola. Além disso, ela nunca saía de casa desacompanhada. Ainda assim, não podemos caracterizar cárcere privado", disse o delegado.
Mãe temia que a menina estivesse morta
Após cinco anos e quatro meses sem se ver, mãe e filha reencontraram nesta terça-feira na capital gaúcha. A menina, 11 anos, havia desaparecido no centro de Porto Alegre no dia 08 de novembro de 2004 e foi localizada, nesta terça-feira, no bairro Sarandi, zona norte da cidade, por agentes da Delegacia de Polícia da Criança e Adolescente Vítima, ligada ao Departamento da Criança e do Adolescente (Deca).
Segundo o delegado Andrei Vivan, um "colaborador" da Polícia Civil indicou o possível paradeiro da menina e disse que na tarde de hoje ela estaria sozinha em casa. Os agentes foram até o local e, com fotos antigas, ganharam a confiança da menina e fizeram a identificação.
"Esse é um caso muito emblemático para nós. Ela era a nossa foto nº1 em todas as campanhas de buscas por crianças desaparecidas, porque nunca houve um pedido de resgate ou outra informação que pudesse caracterizar um sequestro", disse ele.
Quando desapareceu, a menina estava com a irmã em frente ao Mercado Público de Porto Alegre. A irmã teria se afastado alguns metros para pedir um copo de água. Nesse meio tempo um homem se aproximou, disse que tinha autorização da mãe dela para levá-la pra casa e a menina o acompanhou.
Segundo ela, que tinha seis anos ao ser capturada, ele passou a cuidá-la como se fossem familiares. Ela também tinha contato com a mãe dele, com quem estabeleceu uma relação de neta e avó.
A criança, que durante esse período de cinco anos e quatro meses de desaparecimento não frequentou a escola e teve pouca convivência social, recebeu acompanhamento psicológico, segundo a polícia, e será submetida a avaliações físicas e psiquiátricas no Hospital da Criança Presidente Vargas.
Aos poucos, e com o acompanhamento do Conselho Tutelar, ela será reaproximada de sua família. Não há data prevista para que a vítima de sequestro volte a residir com os pais e irmãos.
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