domingo, 10 de novembro de 2013

Na raça, Sampaio vence o Vila Nova e está na final da Série C

O Tricolor, com a vitória, está a dois passos de conquistar o Tetracampeonato Brasileiro
 SÃO LUÍS – Em pouco mais de um ano, o torcedor do Sampaio Corrêa vive uma doce rotina nas disputas das competições nacionais. Campeão brasileiro da Série B em 1972, da Série C em 1997 e da Série D em 2012, o Tricolor voltará a disputar mais uma final da competição. E esse direito foi conquistado na raça, diante de um Castelão lotado, na noite deste sábado (9): diante de um Vila Nova bastante determinado, o Sampaio suou a camisa, mas venceu por 2 a 1 e sacramentou seu passaporte para a final. Eloir e Tote fizeram os gols do Bolivão, com o argentino Frontini descontando para o Tigre.
Com a vitória, o Sampaio segue com sua série invicta dentro da competição: já são dez jogos desde a última derrota da equipe, para o Baraúnas (RN), ainda na primeira fase. O time maranhense está agora a dois passos do bicampeonato da Série C e do Tetra brasileiro, para coroar uma campanha já premiada com o acesso para a Série B de 2014. Já o Vila Nova, com a derrota em São Luís, se despede da Terceirona, mas com algo a comemorar: após ter eliminado o Treze (PB), nas quartas de final, o Colorado garantiu sua vaga na Segundona do ano que vem.
Agora, resta ao Sampaio aguardar quem será o adversário na grande decisão da Série C, sendo que só há uma certeza: será um velho conhecido. Luverdense e Santa Cruz, adversários tricolores na fase de grupos, iniciam a outra semifinal neste domingo (10), em Lucas do Rio Verde. As finais da Terceirona estão previstas para os dias 24 de novembro e 1º de dezembro.
O jogo
Mesmo contando, mais uma vez, com o apoio dos milhares de torcedores no Castelão, o jogo começou nervoso para o Sampaio, que não conseguiu pressionar de cara e viu o Vila Nova assustar logo aos três minutos, com Marco Aurélio recebendo cruzamento de Róbston e obrigando Rodrigo Ramos a fazer uma grande defesa. O Tricolor tentava responder pelo setor direito do ataque, explorando o lateral Tote. E foi do camisa 2 a primeira grande jogada do Bolivão, que invadiu a área, chutou forte e Leandro Kivel quase desviou para as redes.
Aos poucos, o Sampaio foi ganhando espaço no campo e avançando para o campo de ataque, sempre na base do passe e das jogadas com os laterais. Apesar das tentativas de infiltração, o time maranhense voltou a incomodar o Vila através de uma finalização de longa distância de Leandro Kivel, mas o atacante não conseguiu abrir o placar. Os goianos voltaram a pressionar dois minutos depois, mas Marco Aurélio não aproveitou a jogada de Frontini.
Na reta final da primeira etapa, o jogo voltou a ficar parelho e o Sampaio encontrou dificuldades para chegar até a meta colorada. Eloir, de longe, arriscou para a fácil defesa de Toni, aos 33 minutos. O Vila Nova respondeu à altura: Frontini, da entrada da área, acertou a trave de Rodrigo Ramos e calou o Castelão por alguns instantes. Róbston, aos 37, também de longe, quase acertou o ângulo superior direito de Rodrigo Ramos. A última chance da primeira etapa foi do Sampaio, com Jonas, mas o volante também pecou na hora de concluir o lance.

Tote decide e garante o Sampaio na final

Com a decisão indo para os pênaltis, o Sampaio não quis dar margem ao erro e partiu para cima do Vila Nova logo nos primeiros segundos de jogo. Leandro Kivel, logo aos dois minutos, forçou Toni a fazer uma defesa em chute de fora da área. Cleitinho, aos cinco, quase mandou para as redes após a bola sobrar na área. O Vila Nova, mais fechado, tentava assustar com o sempre perigoso Frontini, que quase marcou de cabeça, aos oito minutos.
Na luta para frear a blitz ofensiva do Sampaio, o Tigre goiano ganhou território e passou a criar novas chances de gol. Tiago Cametá, livre, arriscou de muito longe, mas a bola foi pela linha de fundo. Frontini, novamente, obrigou Rodrigo Ramos a salvar em dois tempos, aos 15 minutos. Com dificuldades, o Sampaio só voltou a chutar a gol aos 24 minutos, com Airton.
Diante de um novo cenário de equilíbrio na partida, os técnicos resolveram alterar as equipes, com Flávio Araújo apostando na juventude de Bruno Chocolate pelo Sampaio e Heriberto da Cunha contando com a experiência de Romerito no Vila Nova. E foi o atacante tricolor que quase marcou em seu primeiro toque na bola, de bicicleta, mas a conclusão não foi das melhores.
Após mais da metade do segundo tempo ter passado e uma disputa de pênaltis se desenhando no Castelão, as duas equipes sabiam que era preciso contar com a estrela de seus destaques para decidir o jogo. E elas apareceram, sendo que o Sampaio foi o primeiro premiado: aos 28 minutos, Tote lançou em profundidade, Eloir foi mais rápido que a zaga vilanovense e chutou forte, sem chances para Toni: 1 a 0, e festa no Castelão. Festa da torcida tricolor e também do camisa 8, que voltou a marcar um gol decisivo após ter sido responsável por marcar no acesso, em Macaé.
Diante, pela primeira vez, de uma situação favorável na partida e também na semifinal, o Sampaio festejou por apenas três minutos: foi o tempo que Frontini, sempre ele, desviou de cabeça após cruzamento e balançou as redes de Rodrigo Ramos. Ducha de água fria no time, mas não nos torcedores, que voltaram a incentivar mesmo com o gol sofrido.
Assim como foi em Macaé, o Sampaio surpreendeu pela postura: mesmo diante de um adversário com a vantagem do resultado e o tempo passando, a equipe maranhense seguiu firme no ataque, em busca do segundo gol, que quase veio com Bruno Chocolate: aos 34 minutos, o atacante recebeu de Airton e bateu, com Toni salvando novamente o Vila Nova.
Lutando com muita persistência e garra, o Bolivão não facilitou as coisas para os goianos, que seguiram se defendendo para garantir o resultado, que lhes dava a classificação. Entretanto, a luta tricolor foi recompensada e a retranca goiana foi castigada aos 35 minutos: Tote, o jogador mais acionado no campo de ataque e autor da assistência para o gol de Eloir, cobrou falta com maestria e fez explodir de alegria o Castelão.
Com os torcedores em pé no Castelão, eufóricos pela classificação que se aproximava, o técnico Flávio Araújo não arriscou e fechou o time, com as entradas do zagueiro Robinho e do volante Róbson Simplício. Na defesa, o Sampaio afastava todo o perigo e tentava arriscar no contragolpe, que quase deu certo aos 45 minutos, com Bruno Chocolate. Sem mais chances no ataque, restava ao Bolivão se defender e esperar os minutos passarem. E passaram. Com o fim do tempo, teve início a festa de torcedores e jogadores, que agora estão perto, novamente, de conquistar o Brasil novamente.

FICHA TÉCNICA
SAMPAIO CORRÊA: Rodrigo Ramos; Tote, Mimica, Paulo Sérgio e Airton; Jonas, Arlindo Maracanã, Eloir e Cleitinho (Robson Simplício); Lucas (Bruno Chocolate) e Leandro Kivel (Robinho). T: Flávio Araújo

VILA NOVA: Toni; Tiago Cametá, Vitor, Neto Gaúcho e Bruninho; Arthur (Weslley), Osmar, Róbston e Thiago Marin (Romerito); Marco Aurélio (Rodrigo Dantas) e Frontini. T: Heriberto da Cunha

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