sexta-feira, 18 de março de 2016

Com Paulista lotada, Lula diz que voltaria ao governo com 'paz e amor'

Em manifestação com a avenida Paulista repleta nesta sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que aceitou o cargo de ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff para tentar instalar a paz.
De acordo com levantamento da CUT (Central Única dos Trabalhadores), mais de 250 mil pessoas participam de ato pela democracia na Avenida Paulista, em São Paulo. Até as 20h, não havia um levantamento da Polícia Militar (PM). Aconteceram manifestações em todos os estados do país e no Distrito Federal.

"Eu entrei para ajudar a presidenta Dilma porque acho que a gente tem que restabelecer a paz para provar que esse país é maior que qualquer crime no planeta terra, que vai crescer e sobreviver."
Para ele, os opositores têm o direito de se manifestarem, mas que os opositores políticos não aceitaram os resultados das eleições e que eles pregam violência.
"Tem gente que prega a violência contra nós 24 horas por dia. Tem gente nesse país que falava em democracia da boca para fora. Eu pedi eleição em 1989, em 1994, em 1998. Já tinha perdido em 1982 para o governo de São Paulo. Em nenhum momento vocês viram eu ir para a rua protestar contra quem ganhou."

Ele também disse não querer votos dos adversários, mas que seja respeitada a democracia: "Eu não quero que o eleitor do Aécio vote em mim. Eu quero que todos compreendam que democracia é conviver com a diversidade".
Ainda com a possibilidade de assumir o cargo como ministro passando por indefinição, Lula disse que voltaria à Brasília "orgulhosamente". "Terça-feira, se não houver impedimento, eu estarei orgulhosamente servindo a minha presidenta Dilma, porque estarei servindo o povo brasileiro, o trabalhador brasileiro. Se eu não acreditasse nisso eu não teria aceito."
"Vim pensando como falar sem ficar nervoso. Na hora que a companheira Dilma me chamou, relutei muito desde agosto do ano passado a aceitar voltar ao governo. Ao aceitar voltei a ser Lulinha paz e amor. Não vou para brigar, vou ajudar a companheira Dilma a fazer as coisas que tem que fazer nesse país. Não vou achando que os que não gostam de nós são menos brasileiros que nós."
"O que vocês estão fazendo hoje na Avenida Paulista, eu espero que seja uma lição para aqueles que não acreditam na capacidade do povo brasileiro. O povo brasileiro aprendeu que democracia não é um direito morto sem nunca ter sido regulamentado na Constituição. Não quer ter direito apenas a comida, quer comer e estudar de verdade. Quer acesso a educação de verdade."


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