Ainda não foi desta vez que Lionel Messi conquistou um
título pela Argentina. E neste domingo, na derrota por 4 a 2 nos
pênaltis para o Chile, na decisão da Copa América Centenário, após
empate por 0 a 0 nos 90 minutos e na prorrogação, ele teve participação
decisiva em mais uma frustração própria, e de todo o seu país. Perdeu
uma penalidade, isolando a bola como um jogador comum. O craque de 29
anos falhou de novo num momento decisivo por sua seleção.
O Chile
repetiu o feito da Copa América do ano passado, quando após empate sem
gols no tempo normal e na prorrogação venceu a disputa por pênaltis por 4
a 1 e conquistou o título continental pela primeira vez na história.
Agora, comemora o bicampeonato.
A expressão de espanto e desespero
de Messi após ver Silva converter a penalidade que garantiu o
bicampeonato do Chile diante de 82.026 pessoas no estádio MetLife, em
Nova Jersey, deram a dimensão da decepção do craque argentino. Após
fazer uma excelente Copa América, foi discreto neste domingo e, para
piorar, ainda vai ficar marcado pela perda do pênalti.
A Argentina
continua na fila de 23 anos sem títulos com a seleção principal. Desde
1993, quando conquistou a Copa América disputada no Equador, não sabe o
que é ser campeã.
O Chile, por seu lado, se firma como uma
potência do futebol sul-americano. E consolida a geração considerada a
melhor da história do futebol do país, onde se destacam Arturo Vidal,
Alexis Sanchez, Vargas e até jogadores que se destacam pela raça como
Medel.
Neste domingo, o primeiro tempo foi marcado por um domínio
argentino, mas, sobretudo, por muitas jogadas ríspidas e algumas
violentas, de ambos os lados. A Argentina, liderada por Messi e com time
melhor tecnicamente, criou as melhores chances. O Chile pouco
incomodou.
A grande chance da Argentina na etapa caiu nos pés de Higuaín. E ele
voltou a perder um "gol feito", como ocorreu nas duas finais anteriores
que sua seleção disputou.
Neste domingo, o atacante ficou na cara de Claudio Bravo após um
vacilo de Mendel, que falhou no domínio de uma boa recuada em sua
direção. Higuaín penetrou livre, tentou tirar do goleiro, mas acabou
tocando para fora, à direita da trave.
Na final da Copa do Mundo
de 2014, que a Argentina perdeu para a Alemanha por 1 a 0 no Maracanã,
Higuaín perdeu um gol na frente de Neuer - chutou para fora -, após erro
de Kroos. No ano passado, na decisão da Copa América do Chile,
desperdiçou chance incrível ao chutar no lado de fora da rede, sem
goleiro, após passe de Lavezzi.
Na decisão deste domingo, as duas
seleções terminaram o primeiro tempo com 10 jogadores. O brasileiro
Heber Roberto Lopes expulsou o chileno Diáz aos 28 minutos, pelo segundo
cartão amarelo, após falta em Messi; aos 42, deu cartão vermelho direto
para o lateral-esquerdo Rojo, por falta dura em Arturo Vidal.
O
Chile, que não havia concluído uma vez sequer contra o gol argentino na
primeira etapa, voltou mais atrevido para o segundo tempo. Criou algumas
chances, mas, ainda assim, a Argentina levava mais perigo.
A
partir da metade da etapa, porém, o jogo ficou mais equilibrado, com as
duas equipes mais precavidas. A Argentina, porém, começou a dar sinais
de desgaste físico. O Chile, então, passou a atacar com maior
intensidade. A prorrogação foi emocionante, com uma chance clara de gol
para cada equipe.
Na disputa de pênaltis, cada seleção falhou na
sua primeira cobrança: Vidal parou em Romero e Messi isolou a bola. O
Chile acertou os três pênaltis seguintes e a Argentina converteu dois.
No terceiro, Bravo defendeu a cobrança de Biglia. Silva, então converteu
o quinto pênalti chileno, para desespero da Argentina do Chile e de
Messi, e nova festa do Chile.
Fonte: O Estadão.
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