O plenário do Senado aprovou hoje (26), por 75 votos a zero, em
primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o
foro especial por prerrogativa de função. O texto, relatado pelo
senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), determina o fim do chamado foro
privilegiado para todas as autoridades brasileiras nas infrações penais
comuns.
Permanecem com a prerrogativa de foro apenas os
presidentes da República, do Supremo Tribunal Federal, da Câmara e do
Senado. O texto original de Randolfe previa a perda de foro para todas
as autoridades, mas ele optou por acatar essa emenda que salvaguarda os
presidentes dos Poderes para garantir a votação na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) na manhã de hoje e no Plenário na noite
desta quarta-feira.
A matéria também permite a prisão de membros
do Congresso Nacional condenados em segunda instância nas infrações
comuns. Hoje, eles são julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e só
podem ser presos após condenação definitiva da Corte.
Para o autor da proposta, senador Álvaro Dias (PV-PR), a votação
unânime ocorreu porque “ninguém tem coragem de se colocar contra” o fim
do foro privilegiado. “Esta é uma exigência da coletividade. E, em
qualquer pesquisa que se faça hoje nas redes sociais, nós verificamos
que 95% da população colocam como imposição da hora o fim do foro
privilegiado”, disse o senador.
A PEC já tinha passado por quatro
sessões de discussão no plenário do Senado quando recebeu o apensamento
de outra proposta com tema semelhante, o que provocou seu retorno para
parecer na CCJ da Casa.
Hoje pela manhã, logo após a aprovação do
projeto sobre abuso de autoridade, também na CCJ, os senadores da
comissão decidiram aprovar a PEC e encaminhá-la de volta ao plenário.
Isso propiciou acordo para que a proposta fosse aprovada com alto
quórum.
Ao fim da votação, Randolfe Rodrigues disse acreditar que
a PEC possa ser votada em segundo turno possa ser votada daqui a duas
semanas. "Eu ficarei feliz se, pelo menos, não apresentarem novas
emendas, porque isso pode fazer o texto voltar para a CCJ".
“Hoje
é um dia histórico para o Senado e para a República. Oxalá, espero que a
Câmara dos Deputados tenha a mesma celeridade e a mesma sintonia com o
sentimento das ruas que está tendo o plenário desta Casa”, disse o
senador aos colegas.
Agência Brasil
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