Hoje é comemorado em todo o Brasil o Dia da Consciência Negra, data de grande relevância para a população negra e para a sociedade em geral, momento de reflexão e debates. O Maranhão é o terceiro estado da federação em percentual de negros, 76% em média. Em todo o país 51% da população são declaradas negra ou pardas, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o membro do conselho de igualdade racial, Luís Alves Ferreira, um dos idealizadores do Centro de Cultura Negra do Maranhão, a maioria da população negra do Maranhão está nos quilombos rurais territórios onde há condições mínimas de sobrevivência. Ele explicou ainda que muitos negros saem dos quilombos rurais e formam nas cidades quilombos urbanos, que são as favelas e as periferias e com isso a maioria do jovens negros se envolvem com drogas.
Ele ressaltou que é necessário lembrar que os negros foram importantes construtores desta grande potência econômica que o Brasil é atualmente.
Ele ressaltou que é necessário lembrar que os negros foram importantes construtores desta grande potência econômica que o Brasil é atualmente.
Segundo Luís, ainda precisa de muita conscientização da parte da sociedade para que os negros sejam de fato respeitados e reconhecidos na sociedade.
“Comemorar o Dia da Consciência Negra é de grande importância para a sociedade. Temos que entender que o racismo não parte do próprio negro e sim da sociedade em geral, porque a sociedade não assume a sua verdadeira identidade. Devemos colocar a dimensão africana em tudo que fazemos”, explicou Luís.
Luís afirmou que enquanto não houver uma verdadeira democracia não haverá igualdade racial. A democracia ainda está em construção e precisam ser inseridos negros indígenas e demais etnias para que de fato haja a participação de todos na sociedade.
“Se somos 51% da população brasileira, eu pergunto onde estar essa maioria? A partir da dimensão da democrática deveria estar no poder, mas não estão. A luta do negro tem que passar pela democracia, por implementação de direitos” afirmou o conselheiro.
Centro de Cultura Negra do Maranhão
O Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN), desde a sua fundação (1979), tem investido em ações de formação, que possibilite instrumentos para que os afros descendentes desse Estado se percebam enquanto um segmento social que pode criar condições a partir de sua organização, de atuar por si mesmo na transformação da realidade de opressão social baseada no racismo a que foi relegado.
O CCN tem como missão a conscientização política e cultural para resgatar a identidade étnica cultural e auto-estima do povo negro viabilizando ações que contribuam com a promoção de sua organização em busca de cidadania, combatendo todas as formas de intolerância causadas pelo racismo, e promovendo os direitos da população negra do Maranhão.
Segundo o membro da coordenação geral do CCN, Ivo Fonseca o foco principal do centro é a luta contra o racismo, porém trabalha com todas as dimensões que envolvem a população negra do estado, como por exemplo, os quilombos, as mulheres negras, crianças e jovens, existem também o grupo e a banda Akomabu, que ensina o valor da cultura para os jovens através da música e dança.
O coordenador falou que o Dia da Consciência Negra é de grande relevância e uma data oportuna para falar de conscientização e levar a sociedade a uma reflexão sobre o racismo. “Nós damos ênfase ao dia 20 de novembro, porem lutamos contar o racismo todos os dias, temos textos, realizamos debates, ações e agora tem até um livro, é uma luta árdua, sol a sol. É importante que as pessoas dêem mais atenção a esta temática, pois está enraizada em nossa cultura e precisamos nos livrar desse preconceito, que ainda é forte em nosso meio” falou o coordenador.
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