O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou 2016 com queda de 3,6%.
Em
2015, a economia brasileira já tinha recuado 3,8%. Segundo dados
divulgados hoje (7), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o PIB de 2016 ficou em R$ 6,3 trilhões.
De acordo com o IBGE, os números do PIB de 2015 e 2016 representam a
maior recessão desde 1947.
Segundo a coordenadora de Contas
Regionais do IBGE, Rebeca Palis, já houve anos em que a retração foi
maior que a de 2016, mas nunca a economia brasileira havia somado 7,2%
de queda em um biênio.
"A magnitude da queda, olhando o biênio, é
a maior desde 1948", disse Rebeca, que explicou que a série histórica
do IBGE para o PIB começa em 1947, mas apenas em 1948 há dado de
variação anual.
"Em outros períodos, algumas atividades
econômicas davam uma segurada na economia. Nesse biênio, foi disseminado
na economia toda, o que não é muito comum de acontecer. Serviços foram
muito afetados, o que não acontecia muito", afirmou.
O resultado
negativo dos dois anos fez o PIB do país voltar para o patamar
registrado no terceiro trimestre de 2010, segundo o IBGE.
No
último trimestre de 2016, o PIB recuou 0,9% em relação ao trimestre
anterior e caiu 2,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Agropecuária cai 6,6%
O
setor da economia que sofreu a maior queda em 2016 foi a agropecuária,
com contração de 6,6%. Na indústria, a queda foi de 3,8%. Segundo o
IBGE, o segmento de serviços recuou 2,7%.
Se analisado apenas o
quarto trimestre, houve queda na indústria (-0,7%) e nos serviços
(-0,8%) em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano. Nessa base de
comparação, houve crescimento de 1% na agropecuária.
Já na
comparação do quarto trimestre com o mesmo período de 2015, todos os
setores caíram, com destaque para o recuo de 5% na agropecuária.
Indústria e serviços apresentaram retração de 2,4%.
O desempenho
negativo da agropecuária no ano passado deveu-se ao desempenho da
agricultura. Na indústria, houve queda de 5,2% na construção e de 2,9%
na indústria extrativa mineral. Os resultados foram positivos nas
atividades de eletricidade e gás, esgoto e limpeza urbana, com
crescimento de 4,7%.
Os serviços foram puxados para baixo pela
recuo do comércio, de 6,3%, e pelo resultado negativo dos outros
serviços, de 3,1%. Atividades imobiliárias avançaram 0,2%.
Agência Brasil
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