Enquanto aguardam a definição sobre os
últimos detalhes para a votação do impeachment da presidente Dilma
Rousseff, deputados da oposição que querem seu afastamento abriram nesta
quarta-feira um bolão “democrático”. As apostas, que custam R$ 100, se
referem ao placar de domingo (17), quando está prevista a decisão final
da Câmara sobre o processo. Encabeçado pelos deputados do Solidariedade
Paulinho da Força (SP) e Carlos Manato (ES) o bolão vai premiar apenas
quem acertar integralmente o resultado.
“Se ninguém acertar, o dinheiro vai
ser doado para caridade”, afirmou Manato. A brincadeira dos
parlamentares, que têm marcado manifestações quase diárias em prol do
impeachment, começou com sete apostas, mas Manato afirmou que serão
“pelo menos 10 páginas” no final e garantiu que a base governista será
convidada a participar. Por enquanto, as apostas são de 370 a 396 votos
favoráveis ao processo contra uma média de 110 votos contrários, mas até
o momento, aliados ao Planalto ainda não aceitaram a brincadeira.
Paralelamente, oposição e governo
aguardam a decisão do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), sobre a ordem de chamada dos deputados para votação nominal
do processo de admissibilidade do pedido de impeachment. Paulinho da
Força afirmou que a tendência é que o peemedebista acabe decidindo por
uma chamada por região, começando no Sul e terminando no Norte e
Nordeste do país.
Cunha tem minimizado a importância
desta regra no processo, mas a base aliada acusa Cunha de tentar
manipular a votação para influenciar o resultado em prol do afastamento
de Dilma. O temor de governistas é que os parlamentares favoráveis
acabem falando primeiro e isto possa influenciar o resultado. Hoje, o
vice-líder do PT na Casa, Henrique Fontana (RS), reafirmou que será
ilegal a chamada por região. Para o gaúcho, se o Supremo Tribunal
Federal (STF) não decidiu sobre o processo, Cunha deveria adotar o
procedimento do período do impeachment de Fernando Collor, quando a
chamada foi por ordem alfabética.
Correio Braziliense
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