GRANDE ILHA – A reitora Nair Portela recebeu, na última quarta-feira, Índios Kaapor, do município de Zé Doca, que procuraram a UFMA para solicitar intervenção pela melhoria da saúde de seu povo, por meio de projetos de extensão.
A reunião foi motivada a partir do
trabalho do Núcleo de Extensão e Pesquisa com Populações e Comunidades
Rurais, Negras Quilombolas e Indígenas (Nuruni), coordenado pelo
professor do Departamento de Medicina, Istvan Varga, que organiza
oficinas na região da comunidade indígena desde 2010, através do projeto
“Territorialidades e Controle Social de Políticas de Saúde em
Comunidades Indígenas no Maranhão”. As oficinas deram à comunidade visão
mais ampla da universidade e da possibilidade de aproximação com
profissionais da saúde.
A comunidade, junto com o Conselho
Pedagógico dos Kaapor, representado pelo antropólogo José Andrade,
apresentou à reitora os serviços que são prestados pelo Distrito
Sanitário Especial Indígena, (Disei), do Ministério da Saúde, que
realiza ações de Atenção Básica de Saúde em parceria com os municípios,
mediante convênio. A rede de atenção básica é composta por quatro
equipes multidisciplinares de saúde indígena, localizadas nos polos-base
de Zé doca, Amarante, Barra do Corda e Arame.
Dos serviços executados, estão urgência e
emergência; ambulatório: pediatria, psiquiatria e clínico geral e
imunização; exames laboratoriais simples, Raio X e obstetrícia simples;
cirurgias: parto cesáreo, pequenas suturas e cirurgias odontológicas
menores, além da ação de equipes técnico-administrativas; equipe
multidisciplinar de saúde indígena e equipe de saúde bucal.
A partir das demandas emergenciais específicas apresentadas pela comunidade Kapoor, a UFMA
fez o levantamento de três ações primárias a serem estabelecidas nos
próximos meses no polo base de Zé Doca, território da qual a comunidade
Kaapor faz parte. Com a presença do Departamento de Morfologia,
Departamento de Medicina, e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva,
foi estabelecida uma ação para diagnóstico das principais doenças da
comunidade e, a partir dele, o planejamento de uma ação conjunta com
diferentes profissionais da área da odontologia, otorrinolaringologia e
oftalmologia. Depois dessa intervenção serão planejadas ações conjuntas
com atividades educativas e preventivas na área de saúde e do meio
ambiente.
O coordenador pedagógico dos Kapoor,
José Andrade, explica que esse relacionamento fez com que os indígenas
também se sentissem provocados a se preocupar e a participar mais do
processo de gestão da saúde. “Essa relação foi importante para
incentivar os indígenas a acompanharem as principais dificuldades
encontradas no campo da saúde e buscarem parcerias sem esperar por
iniciativas do governo, da secretaria especial de saúde indígena ou
pelas empresas terceirizadas que prestam serviço no campo da saúde”.
A partir dessa influência de buscar
outras formas de iniciativa, a comunidade Kaapor encontrou na
Universidade uma parceira, tanto pelo leque de profissionais quanto
pelas atividades de extensão que já são frequentes na relação com os
indígenas.
A reitora Nair Portela reafirmou a importância de a UFMA
apoiar os movimentos sociais e populares e estabelecer parcerias que
possam garantir direitos básicos desses grupos. “As demandas
apresentadas, além de uma assistência para a comunidade, também servem
como uma capacitação dos professores que compõem o quadro da UFMA.
Serão avaliadas todas as necessidades, com o objetivo de atender o
máximo que pudermos com a diversidade de profissionais que nossa
Universidade possui”, destacou.
Atualmente o polo base Zé Doca possui
oito aldeias Kaapor e uma aldeia Guajá, totalizando um quantitativo de
nove aldeias que estão distribuídas entre cinco municípios. Possui em
média uma população de 1.836 indígenas que falam 80% da língua nativa.
BNC Educação
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