Os caixas eletrônicos de bancos situados em farmácias, comércios, supermercados e outros estabelecimentos representam uma comodidade para clientes, e uma vantagem para proprietários. No entanto, agora também representam perigo.
Desde o início do ano, arrombamentos e assaltos a caixas eletrônicos têm se tornado prática constante no Maranhão. Ano passado, a Superintendência Estadual de Investigações Criminais registrou apenas um assalto a caixas eletrônicos na capital. Este ano, já foram registradas cerca de 15 ações do gênero.
A última ocorrência de caixas eletrônicos arrombados foi registrada no Supermercado Maciel da Cohama, no dia 17 de junho. Um grupo de quatro assaltantes foi preso, acusado de ter protagonizado a ação.
Todos eram provenientes do estado do Mato Grosso. De acordo com o delegado Luís Jorge Matos, diretor do Departamento de Combate ao Roubo à Instituições Financeiras, essa foi a segunda quadrilha presa no Maranhão por conta de assaltos a caixas eletrônicos. A outra, presa em maio, também possuía quatro integrantes, todos do Mato Grosso.
“São grupos que vem de outros estados para assaltar aqui no Nordeste. Isso porque essa modalidade de crime não era muito comum na região, e muitos estabelecimentos estavam vulneráveis a ela. Esses assaltos a caixas eletrônicos são a ‘bola da vez’ na região”, declarou o diretor Luís Jorge Matos. Até os primeiros registros desse ano, as polícias Civil e Militar não possuíam ações específicas voltadas para a proteção de estabelecimentos com caixas eletrônicos.
Com os crescentes casos, viaturas da Polícia Militar e as Rondas da Comunidade passaram a dar atenção especial para esses locais. O diretor acrescentou ainda que, por conta das prisões efetuadas nos dois meses passados, a polícia acredita que outras quadrilhas que atuavam no Maranhão já estão migrando para os estados vizinhos. Neste fim de semana, foram registrados três arrombamentos de caixas eletrônicos no Pará, sendo um em Belém e dois em cidades do interior.
Como funciona
Como explicou o diretor Luís Jorge Matos, os arrombamentos aos caixas eletrônicos ocorrem normalmente à noite, a partir da 1h. Os assaltantes preferem esse horário porque é quando os estabelecimentos estariam menos protegidos. A ação de arrombamento é demorada – tomando em torno de 40 minutos a uma hora – e precisa de pelo menos três pessoas para ser realizada. Os assaltantes usam gás de cozinha, oxigênio e um maçarico para arrombar os caixas. Preferem locais onde as máquinas estão com as laterais livres, para facilitar a ação e a retirada do dinheiro. Raramente roubam produtos dos estabelecimentos: o foco principal é o dinheiro do caixa eletrônico. A carência de alarmes e vigilância constante contribui para o êxito da ação.
Caixas minguando
Com a onda de assaltos, é crescente o número de estabelecimentos que recusam a instalação de caixas eletrônicos e até retiram os já existentes. Foi o que ocorreu com a Farmácia São Patrício, da Cohama, cujos caixas eletrônicos foram alvos de arrombamento no dia 11 de março deste ano. Na semana passada a equipe de O IMPARCIAL visitou a farmácia e ouviu dos funcionários que os caixas foram retirados como forma de proteção aos funcionários e clientes.
Outros estabelecimentos, pensando em se proteger da onda, também pedem a retirada dos caixas. Um exemplo é a Drogaria Vinhais, no bairro de mesmo nome, que possui dois caixas eletrônicos. Em visita da reportagem, funcionários informaram que os proprietários estudam e retirada dos caixas como forma de se precaver de arrombamentos e do possível roubo de produtos e dinheiro da loja.
Já os estabelecimentos que fazem questão de ter o maquinário bancário em suas instalações estão se adequando, até mesmo por determinação do próprio banco. É o que ocorreu com o mini-supermercado Mundo de Coisas, no Renascença. Após ser assaltado, os proprietários foram orientados pelo próprio banco a não reabastecer o caixa eletrônico da loja até que seja instalado um sistema de segurança 24h no local. De acordo com uma das proprietárias, Brenda Meireles, todas as providências estão sendo tomadas para reforçar a segurança do estabelecimento, já que é de interesse dos proprietários a presença do caixa eletrônico dentro da loja, como uma forma de atrair e fidelizar os clientes.
Fonte: O Imparcial
Edição: Cícero Ferraz
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