A pedido do Ministério Público do Maranhão, o Poder Judiciário
determinou a prisão temporária, por cinco dias, dos vereadores Robevânia
Maria da Silva (PR) e Sinomar Farias Vieira (PMDB), conhecido como
Mazinho.
Além dos mandados de prisão cumpridos na manhã desta
terça-feira, 27, por membros do Grupo de Atuação Especial de Combate às
Organizações Criminosas (Gaeco) e do Departamento Estadual de Combate à
Corrupção (Deccor) da Polícia Civil, foram cumpridos mandados de busca e
apreensão na residência dos dois vereadores e de um terceiro, Evaldo
Chaves de França, conhecido como Neto da Agricultura.
Os
vereadores são suspeitos da prática dos crimes de corrupção e associação
criminosa. Eles também foram afastados das funções parlamentares e
proibidos de manter contato entre si ou com qualquer outro vereador de
Centro Novo do Maranhão até nova deliberação judicial.
Segundo o
MPMA, a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal foi manipulada pelo
pagamento a outros vereadores, com a suspeita de participação de
agiotas na transação criminosa.
Robevânia Silva teria recebido R$
40 mil do presidente do Poder Legislativo municipal, Sinomar Vieira,
para pagar agiotas e votar nele. Evaldo França também teria recebido
vantagens financeiras.
Os promotores de justiça tiveram acesso a
uma gravação em que a vereadora admite o recebimento do dinheiro e a
negociação com agiotas com o objetivo de intervir na eleição da mesa
diretora da Câmara Municipal.
“Os R$ 40 mil que eu peguei do
Mazinho na Câmara só deu pra pagar dois agiotas. O dinheiro que eu tirei
pra mim foi só R$ 8 mil pra poder tirar esse carro pra mim (sic)não
andar a pé, que isso era uma vergonha de o vereador sair de quase dois
mandatos e sair a pé(…)”, afirmou a vereadora Robevânia Silva, flagrada
na gravação.
Os pedidos de prisão e afastamento foram assinados
pelos promotores de justiça Saulo Jerônimo Leite Barbosa de Almeida e
André Charles Martins Alcântara Oliveira, titulares da Comarca de
Maracaçumé, da qual Centro Novo do Maranhão é Termo Judiciário.
Os
membros do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações
Criminosas (Gaeco) também assinaram a manifestação. A decisão é do juiz
Rômulo Lago e Cruz.
“O fato em questão trata de eleição para a
escolha do presidente do parlamento municipal, responsável, entre outras
atribuições, pela fiscalização da gestão municipal, e que os fatos
noticiados e as provas até então colhidas, indicam o viés criminoso dos
envolvidos, manipulando a citada eleição através da compra e venda de
parlamentares”, destacam, os promotores de justiça, na manifestação
ministerial.
(MPMA)
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