quarta-feira, 6 de abril de 2016

Operações realizadas na Reserva do Gurupi revelam crimes ambientais

Operações realizadas na Reserva Biológica do Gurupi (Rebio) revelam que ainda são frequentes os crimes ambientais. Na última ação, uma equipe de agentes e policiais ambientais passou quase um mês dentro da Rebio.

O objetivo da operação é combater a extração ilegal e o desmatamento. Mas outros crimes como invasões e ampliação de pastagem também estão na mira dos fiscais da Reserva do Rebio que se revezam durante o ano em operações.

Durante todo o mês de março a equipe ficou concentrada na região do Rio das Onças, situado no município de Bom Jardim, a 275 km de São Luís, onde ainda é intensa a atividade de pastagem e agricultura.

No local, os fiscais encontraram grandes áreas destruídas por incêndios para a limpeza do terreno. Os fiscais também encontraram caçadores e apreenderam dez armas de fogos. Quinze animais silvestres, alguns já mortos pelos caçadores, foram apreendidos e até um ex-presidente da Associação de Moradores da Comunidade Rio das Onças foi autuado e vai pagar multa de três mil reais. Ele criava em cativeiro três jabutis.

Segundo o coordenador da operação, Otaciano Matos, o homem ex-presidente que foi autuado é considerado um criminoso ambiental. “Na verdade ele tá se comportando como um criminoso ambiental, infelizmente. Ele argumentou que foi o empregado dele”, revelou o coordenador.

Nas operações realizadas de janeiro a março deste ano foram aplicados mais de 100 mil reais em multas por áreas desmatadas. Cinco áreas foram embargadas e dois caminhões foram utilizados para o transporte de madeira foram incendiados.

Apesar da fiscalização permanente dentro da Rebio, os fiscais encontraram uma placa onde era anunciada a venda de 1.240 hectares de terra no interior da Reserva, o que pode significar ainda um grande domínio dos posseiros dentro da Rebio.

De acordo com o coordenador, o trabalho das equipes vem sendo feito sob clima de tensão em virtude da resistência de quem pratica crimes de toda a natureza dentro da Rebio. “Levei muitos recados das pessoas achando que com a ameaça e tal. Agora mesmo foi preso o mandante do assassinato do conselheiro. Então a gente fica muito apreensivo com essa situação. Muitos invasores ainda continuam impune. Infelizmente a Justiça ainda não deu uma solução pra essas pessoas que invadiram, roubaram madeira e implantaram lá as suas fazendas, e ainda se dizem donos”, finalizou.

G1 Maranhão

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