terça-feira, 12 de abril de 2016

UFMA levará ações de saúde à comunidade indígena Kaapor de Zé Doca

GRANDE ILHA – A reitora Nair Portela recebeu, na última quarta-feira, Índios Kaapor, do município de Zé Doca, que procuraram a UFMA para solicitar intervenção pela melhoria da saúde de seu povo, por meio de projetos de extensão.

A reunião foi motivada a partir do trabalho do Núcleo de Extensão e Pesquisa com Populações e Comunidades Rurais, Negras Quilombolas e Indígenas (Nuruni), coordenado pelo professor do Departamento de Medicina, Istvan Varga, que organiza oficinas na região da comunidade indígena desde 2010, através do projeto “Territorialidades e Controle Social de Políticas de Saúde em Comunidades Indígenas no Maranhão”. As oficinas deram à comunidade visão mais ampla da universidade e da possibilidade de aproximação com profissionais da saúde.

A comunidade, junto com o Conselho Pedagógico dos Kaapor, representado pelo antropólogo José Andrade, apresentou à reitora os serviços que são prestados pelo Distrito Sanitário Especial Indígena, (Disei), do Ministério da Saúde, que realiza ações de Atenção Básica de Saúde em parceria com os municípios, mediante convênio. A rede de atenção básica é composta por quatro equipes multidisciplinares de saúde indígena, localizadas nos polos-base de Zé doca, Amarante, Barra do Corda e Arame.

Dos serviços executados, estão urgência e emergência; ambulatório: pediatria, psiquiatria e clínico geral e imunização; exames laboratoriais simples, Raio X e obstetrícia simples; cirurgias: parto cesáreo, pequenas suturas e cirurgias odontológicas menores, além da ação de equipes técnico-administrativas; equipe multidisciplinar de saúde indígena e equipe de saúde bucal.

A partir das demandas emergenciais específicas apresentadas pela comunidade Kapoor, a UFMA fez o levantamento de três ações primárias a serem estabelecidas nos próximos meses no polo base de Zé Doca, território da qual a comunidade Kaapor faz parte. Com a presença do Departamento de Morfologia, Departamento de Medicina, e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, foi estabelecida uma ação para diagnóstico das principais doenças da comunidade e, a partir dele, o planejamento de uma ação conjunta com diferentes profissionais da área da odontologia, otorrinolaringologia e oftalmologia. Depois dessa intervenção serão planejadas ações conjuntas com atividades educativas e preventivas na área de saúde e do meio ambiente.

O coordenador pedagógico dos Kapoor, José Andrade, explica que esse relacionamento fez com que os indígenas também se sentissem provocados a se preocupar e a participar mais do processo de gestão da saúde. “Essa relação foi importante para incentivar os indígenas a acompanharem as principais dificuldades encontradas no campo da saúde e buscarem parcerias sem esperar por iniciativas do governo, da secretaria especial de saúde indígena ou pelas empresas terceirizadas que prestam serviço no campo da saúde”.

A partir dessa influência de buscar outras formas de iniciativa, a comunidade Kaapor encontrou na Universidade uma parceira, tanto pelo leque de profissionais quanto pelas atividades de extensão que já são frequentes na relação com os indígenas.

A reitora Nair Portela reafirmou a importância de a UFMA apoiar os movimentos sociais e populares e estabelecer parcerias que possam garantir direitos básicos desses grupos. “As demandas apresentadas, além de uma assistência para a comunidade, também servem como uma capacitação dos professores que compõem o quadro da UFMA. Serão avaliadas todas as necessidades, com o objetivo de atender o máximo que pudermos com a diversidade de profissionais que nossa Universidade possui”, destacou.

Atualmente o polo base Zé Doca possui oito aldeias Kaapor e uma aldeia Guajá, totalizando um quantitativo de nove aldeias que estão distribuídas entre cinco municípios. Possui em média uma população de 1.836 indígenas que falam 80% da língua nativa.

BNC Educação

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