Com superioridade em quadra, o Brasil conquistou o tricampeonato mundial nesta tarde, em Roma. O time de Bernardinho venceu a seleção de Cuba, por 3 sets a 0, com parciais de 25/22, 25/14 e 25/22 no ginásio Palalottomatica em uma hora e 14 minutos de partida e ficou com a medalha do ouro, repetindo o resultado da final do Mundial de 2006, diante da Polônia. Além da conquista, a equipe nacional ainda fechou o torneio com o melhor jogador, com o ponteiro Murilo.
Essa foi competição mais importante da nova seleção masculina, modificada após as Olimpíadas de Pequim. O time contava apenas com Murilo, Dante, Rodrigão e Giba remanescentes da conquista de 2006. Vissotto, o novo oposto já dizia depois da semifinal: "Agora nós temos que nos reafirmar". Foi isso que a seleção fez em quadra, dominando Cuba praticamente o tempo todo.
O Brasil liderou os dois primeiros sets e ficou atrás apenas na terceira parcial, quando se desconcentrou depois de uma marcação duvidosa da arbitragem no ataque de Dante. A equipe ainda levou um susto, quando Murilo se chocou com cubano Leon e sentiu o tornozelo esquerdo. Mas o ponteiro ficou em quadra e o time nacional logo voltou para o jogo e, com boa atuação de Leandro Vissotto e Bruninho e muitos erros de Cuba, liquidou a partida.
Vissotto, que já havia liderado o time na semifinal contra a Itália, voltou a crescer. Ele foi o maior pontuador da partida, com 19 acertos. A seleção ainda contou com os pontos de graça em erros de Cuba: foram 27 em toda a partida. O Brasil também foi melhor no bloqueio, com oito pontos no fundamento contra quatro de Cuba. Em aces, os times ficaram empatados, com dois para cada lado.
Superação em quadra
O Brasil teve que se superar neste Mundial graças aos problemas físicos de seus jogadores. Marlon, que seria o levantador titular nos planos de Bernardinho, quase perdeu o torneio por conta de uma inflamação no intestino.
Bruninho assumiu a posição e comandou a seleção com boas atuações. Mas, contra a Itália na semifinal, a lesão que todos temiam. Bruninho machucou o tornozelo em um choque com Murilo e Marlon que entrar e jogar grande parte da partida. Depois de uma noite de gelo e tratamento, Bruninho foi para a final neste domingo.
E no jogo decisivo, Murilo sentiu o tornozelo e, mesmo demonstrando algumas dores, se segurou em quadra. Do lado de fora, Bernardinho, sempre muito ativo, teve que se controlar. Ele passou o torneio usando muletas porque ainda se recupera de uma cirurgia após romper o tendão de Aquiles em um treino da seleção.
Marcas históricas com o ouro
A seleção brasileira igualou a marca da Itália, que era a única seleção tricampeã mundial em sequência (1990, 1994 e 1998). E o oposto Leandro Vissotto chegou à marca do ex-capitão Nalbert, com ouros em Mundiais com as seleções infanto, juvenil e adulta.
O jogo
Seleção brasileira começa bem no saque no início da partida. Com um ace de Leandro Vissotto e outro de Dante, além de dois pontos de bloqueio, sendo um triplo para cima do joven Leon, estrela de Cuba, o time de Bernardinho chegou a abrir 9 a 3 no marcador. Cuba, usando mais o central e capitão Simon e com o primeiro ponto no bloqueio, diminuiu a vantagem, mas o Brasil se aproveitou de um ataque errado dos caribenhos e chegou ao segundo tempo seis pontos à frente (16 a 10).
Os cubanos conseguiram ficar mais perto do placar com dois pontos de contra-ataque de Leon (18 a 14). Depois, com um bloqueio em Murilo e uma invasão de Dante, os caribenhos chegaram no placar e forçaram o tempo de Bernardinho (20 a 17). O Brasil chegou ao set point com quatro pontos de vantagem e Cuba ainda se recuperou, com ataque de segunda do levantador Hierrezuelo (24 a 22). Mas, depois de inverter o 5-1, Théo recebeu na entrada e fechou a parcial em 25 a 22.
No segundo set, o Brasil repetiu o bom começo, com Murilo forçando o saque e quebrando a recepção cubana. Com dois erros de Cuba, a seleção fez 4 a 0. Na sequência, bloqueando Leon pelo fundo e com Murilo definindo um longo rali, chegou a 7 a 1 no marcador. Com dois erros de Dante no ataque e um erro de saque cubano, o placar ficou no 8 a 3 na primeira parada.
Na continuação da segunda parcial, O Brasil deslanchou no placar. Ainda usando bem o saque e contando com erros de Cuba, que mudou o seu levantador, tirando Hierrezuelo e colocando Diaz, a seleção mostrou habilidade para definir contra-ataques com largadas e chegou 20 a 11 no marcador no ataque desperdiçado de Leal. A vantagem aumentou e o Brasil chegou ao set point em um bloqueio simples de Dante no oposto cubano. Para fechar a parcial, mais um ataque de Leandro Vissotto, que repete a boa atuação da vitória sobre a Itália na semifinal.
A seleção cubana voltou para a quadra modificada no terceiro set. Leon foi para a posição de oposto e Bell entrou como o segundo ponteiro, ao lado de Leal. Além disso, Diaz seguiu como levantador. Pela primeira vez, os caribenhos abriram no marcador, com 3 a 1 depois de uma condução de Dante e 5 a 3 no erro de saque do ponteiro. O empate veio no 5 a 5 e a virada no ataque de 6 a 5 para o Brasil, com um susto. Murilo ficou no chão depois de um choque com o cubano Leon. Ele sentiu o tornozelo esquerdo, mas seguiu em quadra. O Brasil chegou ao tempo na frente (8 a 7).
Na volta para a quadra, a seleção fez 14 a 12 em uma bola de cheque com Murilo e, a partir daí, disparou. Cuba seguiu com muito erros, principalmente com o ponteiro Leal e a vantagem chegou a 20 a 15, com mais uma bola no chão do oposto Vissotto. Bernardinho repetiu a inversão do 5-1, com Marlon e Théo em quadra. Entretanto, Cuba encostou no 20 a 18 em bloqueio em Théo.
Os titulares voltaram no Brasil e o time de Bernardinho chegou ao match point com 24 a 19 depois de um ponto de bloqueio. Mas o final do set foi dramático. Com bom saque de Hernandez, Cuba quebrou a recepção brasileira e fez 24 a 22 com bloqueio em Vissotto e um erro de Murilo. Mas o dia era de Leandro Vissotto, que recebeu a bola e colocou no chão, marcando 25 a 22.
Fonte: http://www.ig.com.br/
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