sábado, 21 de setembro de 2013

Levantamento: oito mil usúarios de crack em São Luís

Levantamento realizado pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) de São Luís revelou que dependentes se concentram em cracolândias espalhadas em diversos pontos
Uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz identificou que há 382 mil usuários de crack nas capitais do país e no Distrito Federal, sendo, desta totalidade, 14% são menores de idade. O Nordeste é a região que tem o maior número de dependentes com um total de 148 mil. Enquanto, na capital do Maranhão, segundo o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) de São Luís, existem aproximadamente oito mil usuários e os bairros onde mais concentram cracolândias são: João Paulo, Coroadinho, Anjo da Guarda e São Cristovão.

Essas informações foram levantadas pelos profissionais do CAPS-AD em torno das localidades em que mais apresentaram pacientes encaminhados para a unidade, atendimentos e ações no decorrer destes últimos meses. Somente do João Paulo, 100 usuários; São Cristovão, 113; Coroadinho, 125; e o campeão foi o bairro do Anjo da Guarda, um montante de 130. Também teve Cidade Operária com 80 dependentes; e 90 da Cidade Olímpica.
Apenas nestes seis últimos meses, 2.700 usuários passaram pelo CAPS-AD, no momento, há 210 fazendo tratamento de forma intensiva e não intensiva.

De acordo com o diretor desse centro, Marcelo Soares, para combater o uso de drogas é necessário haver parceiras entre os líderes das igrejas, comunitários e pessoas do bairro para orientar os males causados pelo crack. “A droga, especificamente, o crack acelera os batimentos cardíacos, aumenta a pressão arterial e causa arritmias, infartes, hemorragias cerebrais e até a morte. Além disso, degenera os músculos e os ossos, e dá aparência esquelética ao usuário”, alertou.

Operação resgate

O supervisor da Supervisão de Áreas Integradas de Segurança Pública Oeste, delegado Joviano Furtado, informou que há mais de 30 cracolândias espalhadas pela Grande Ilha: São Luís, Raposa, Ribamar e Paço do Lumiar.
Para combater esse tipo de criminalidade tem realizado há dois anos a Operação Resgate. No decorrer desses anos, oito incursões foram feitas e 240 pessoas foram retiradas das cracolândias como ainda 48 conseguiram sair do mundo da criminalidade, atualmente, estão até mesmo no mercado de trabalho. O delegado também afirmou que uma das últimas operações ocorreu no dia 6 de setembro, nas cracolândias localizadas nos bairros do Barreto, Cohama e Centro. Deste trabalho, 25 usuários de drogas foram para fazer tratamento no CAPS-AD, no Monte Castelo, e atualmente, nove resolveram de forma espontânea terminar o trabalho de reabilitação. “O nosso trabalho é feito em parceria com os CAPS, pois, precisamos dos profissionais da saúde para combater a onda de drogas na cidade”, frisou Joviano Furtado.


Cracolândias da Grande Ilha


O Centro Comercial 1 e 2 do Maiobão

Localizado nas proximidades do Viva Maiobão, foi construído ainda na década de 80. No momento, o cenário é de verdadeiro descaso e destruição. Para a polícia, os moradores desse local são os verdadeiros “zumbis”, ou seja, os usuários de drogas. Eles tomaram de conta desse lugar e usam para as diversas ações criminosas desde o uso de drogas como assaltos e até mesmo para prática de relações sexuais.

Feira do João Paulo

É possível encontrar os usuários ainda durante o dia consumindo pedras de crack e ando armas, a maioria, faca. Eles passam o dia e a noite nessa localidade e quando sentem fome costumam a fazer comida no meio da rua ou comem os restos de comidas e as frutas estragadas que estão no lixão.

Praça da Cohama
Próxima ao antigo Big Gago, é tomada pelos usuários e, no momento, o espaço não pode ser mais utilizado pelos moradores.

Centro

Final da Rua da Estrela, nas proximidades do Convento das Mercês. Um prédio de uma antiga fábrica é utilizado por usuários de drogas. A polícia informou que muitos deles aproveitam para dormir no começo da manhã, porém, por volta das 10h, começam a agir, inclusive, realizando pequenos furtos utilizando faca. O outro ponto é na Rua da Manga, no Portinho. O local à noite se transforma em uma área de criminalidade, consumo de substâncias lícitas e ilícitas, além de atividades relacionadas com prostituição.

Outros pontos
 
A polícia informou que ainda é possível encontrar drogas nos retornos dos bairros São Francisco e Forquilha, Rua da Salina e Agostinho Gomes, ambas no João Paulo; Rua da Caema, no Maiobão; Barreto; Jordoa; Liberdade e Aldeia.

Fonte: O Imparcial
 

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