Forças nacionais de segurança iniciaram operação nesta segunda-feira
(6) para notificar moradores não índios que vivem no Território indígena
Awá-Guajá, no Maranhão, e pedir sua saída voluntária da área protegida
em até 40 dias, em cumprimento à decisão judicial expedida em dezembro.
O objetivo da Justiça é conter o desmatamento na região, que segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já afetou 34% do território indígena, com perímetro de 1.700 km² (área pouco maior que o território da cidade de São Paulo), e ameaça a proteção da etnia, considerada por organizações ambientais como uma das mais ameaçadas.
O objetivo da Justiça é conter o desmatamento na região, que segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já afetou 34% do território indígena, com perímetro de 1.700 km² (área pouco maior que o território da cidade de São Paulo), e ameaça a proteção da etnia, considerada por organizações ambientais como uma das mais ameaçadas.
A sentença do juiz federal José Carlos do Vale Madeira, do último dia
16, ordena que empresas madeireiras ou agrícolas que atuem na área
finalizem suas atividades e autoriza mandados de busca e apreensão a
materiais usados na extração, beneficiamento ou transporte de madeira.
Além disso, moradores que não saírem de forma voluntária estarão
sujeitos a mandados de remoção, que permitem a destruição de
construções, cercas, estradas ou quaisquer benfeitorias no interior da
terra indígena. Segundo levantamento feito pelo Centro Gestor e
Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), há cerca de
300 construções ilegais dentro do território dos Awá.
Operação dura 15 dias
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a ação coordenada pelo gabinete da Presidência da República assegura a posse definitiva aos Awá-Guajá e tenta evitar o contato desta população com o homem branco, já que muitos deles ainda estão isolados.
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a ação coordenada pelo gabinete da Presidência da República assegura a posse definitiva aos Awá-Guajá e tenta evitar o contato desta população com o homem branco, já que muitos deles ainda estão isolados.
Cerca de 200 homens do Exército, Polícia Federal, Polícia Rodoviária
Federal, além de agentes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária, o Incra, e do Ministério do Meio Ambiente atuam na notificação.
A autuação das famílias e empresas deve seguir por 15 dias pelo
território indígena, localizado próximo à fronteira do Maranhão com o
Pará e que abrange os municípios de Centro Novo do Maranhão, Governador
Newton Bello, São João do Caru e Zé Doca. O território indígena
representa pouco mais que 0,5% da área do estado do Maranhão.
Segundo Sarah Shenker, pesquisadora e porta-voz da organização
não-governamental Survival International, que há trabalha há mais de
quatro décadas com campanhas que pedem a proteção desta etnia, a
operação é “o grande momento para o qual os Awá têm lutado há tempos”.
“Somente com o despejo dos invasores e a proteção permanente da terra é
que os Awá podem sobreviver na sua floresta. É uma questão de vida ou
morte para a tribo mais ameaçada do mundo e é o dever do governo
brasileiro de salvá-los da extinção”, disse ela ao G1. Saiba mais sobre a campanha aqui.
Moradores ilegais serão assistidos pelo governo
Todos os não índios que moram ilegalmente na área, de acordo com o governo e, por isso, não têm direito à indenização. Contudo, de acordo com a Funai, órgãos federais vão reassentar pequenos agricultores que ocupavam a terra e se encaixam nos critérios do Plano Nacional de Reforma Agrária.
De acordo com a Funai, em junho o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais (Ibama) e o Exército realizaram operação para
fiscalizar unidades de conservação que ficam em torno da área indígena
dos Awá-Guajá e constatou focos de desmatamento.
Na época, foram fechadas 27 serrarias e aplicadas multas equivalentes a R$ 2,5 milhões.
Na época, foram fechadas 27 serrarias e aplicadas multas equivalentes a R$ 2,5 milhões.
Fonte: G1.com
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