Os
juízes Gervásio Santos e Ângelo Alencar dos Santos, presidente e
vice-presidente da AMMA, deslocaram-se no final da tarde desta terça-feira (20)
para a Comarca de Buriti a fim de prestar solidariedade ao juiz Jorge Antônio
Sales Leite, que foi vítima de atentado no exercício da jurisdição.
Na
hora do atentado os diretores da AMMA se encontravam reunidos com juízes de
Caxias e assim que souberam da invasão ao fórum de Buriti, por meio do próprio
juiz Jorge Leite, acionaram o diretor de Segurança Institucional do Tribunal de
Justiça, major Alexandre, e o secretário de Segurança Pública, Jefferson
Portela, para que tomassem as providências cabíveis.
O juiz Jorge Leite foi ameaçado de morte dentro do seu
gabinete após o Fórum ter sido invadido por cerca de 15 pessoas armadas de
facões, que incendiaram parte das dependências do prédio, destruindo
computadores, urnas eletrônicas e cerca de 50 processos. A revolta dos
agressores, segundo o próprio magistrado, teve motivação política, após ele ter
proferido a decisão em uma ação civil pública, mantendo no cargo o atual
prefeito Rafael Mesquita Brasil.
Há
suspeitas de que os revoltosos que invadiram o fórum e atentaram contra a vida
do juiz tenham sido comandados por Lourival Batista, irmão de Lourinaldo
Batista, candidato derrotado nas últimas eleições, que não aceitaram a decisão
judicial.
AMEAÇA E DANOS
O juiz Jorge Leite relatou que se encontrava em seu gabinete quando ouviu gritos do lado de fora e cheiro de fumaça, tentou sair, mas recuou e se trancou na sala. Foi quando começaram os golpes de machado tentando derrubar a porta. Ele afirmou que a porta foi arrombada e Lourival entrou no gabinete visivelmente alcoolizado com o machado e uma corda nas mãos.
Jorge Leite relatou que ao constatar que o agressor estava disposto a matá-lo, armou-se com o seu revólver que estava dentro da gaveta e pediu para que ele saísse da sala. “Mas ele estava transtornado e repetia a frase: o senhor vem comigo, seu safado”, relata o magistrado.
“Eu acho que a intenção deles era me amarrar e me linchar na rua”, afirmou o juiz. Os agressores tinham cordas nas mãos, paus e gasolina que foi jogada sobre as mesas, equipamentos e processos, iniciando o incêndio.
O secretário judicial Claudionor Rodrigues presenciou toda a ação dos vândalos
desde que estes chegaram ao prédio por volta das 1530. Ele relata não ter
dúvidas de que foram para o fórum dispostos a matar o juiz. Ele disse que os
vândalos chegaram quebrando tudo e se dirigiram direto para uma sala que tem a
placa JUIZ, mas quem fica lá é a assessora que está de férias. Não encontraram
ninguém e partiram para o gabinete do magistrado.
Claudionor ainda conseguiu ligar para um carro pipa que serve ao município que chegou a tempo de conter o incêndio.
A ação contra o magistrado só não se concretizou porque houve a intervenção de um policial militar, que conseguiu entrar no gabinete e controlar o agressor, e do oficial de justiça Robson do Vale, que sacou uma arma, dispersando os vândalos que se encontravam nas dependências do prédio provocando a destruição.
Nesta quarta-feira a Diretoria Executiva da AMMA vai se reunir com a presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Cleonice Freire, para ratar sobre o fato ocorrido em Buriti e tomar as providências cabíveis.
O Imparcial
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