Mais um militar foi preso no fim da noite dessa quinta-feira (13) suspeito de tirar contra manifestantes durante a operação de desocupação de um terreno, pela manhã, na Vila Luizão, em São Luís, que resultou na morte Wagner Barros dos Santos, de 19 anos. Trata-se de Janilson Silva dos Santos, lotado no 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) do Calhau. Na tarde dessa quinta-feira, o cabo Marcelo Monteiro dos Santos, suspeito de disparar na cabeça do rapaz, já havia sido preso. Ambos estão no pavilhão do Comando Geral da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), no bairro do Calhau.
Os militares foram reconhecidos por pelo menos testemunhas que compareceram à Delegacia de Homicídios, entre elas o tio da vítima, Helter Lima Santos. “Ele matou meu sobrinho covardemente, porque tava ele e um colega dele encostado na parede lá, quando veio uma viatura, desceu o policial e apontou a arma para eles. Pediram ‘abaixa essa arma, aqui só tem pai de família, abaixa essa arma que aqui não tem vagabundo’, e atiraram no pé dele. Depois, apontaram para o meu sobrinho e atiraram contra meu sobrinho, na testa dele”, disse. Segundo Helter, Wagner, ao contrário do que foi divulgado, não estava armado.
A Polícia Civil tem 10 dias para concluir o inquérito sobre o caso, presidido pelo delegado Guilherme Filho. Cinco armas foram apreendidas e vão ser periciadas.
Ação isolada
Em nota enviada ao G1, a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) disse que o PM agiu sem ordens de superiores e que repudia a ação isolada do policial. O cabo foi preso e será autuado em flagrante por homicídio. O governo do Estado informou que vai prestar toda a assistência necessária à família da vítima.
Em entrevista coletiva realizada na tarde dessa quinta-feira, o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, garantiu a apuração de responsabilidades sobre o caso. “Nenhum fato relacionado a este evento ficará sem apuração. Estamos no início e no curso das investigações. A operação foi montada para cumprimento da decisão judicial com todos os parâmetros que tem toda e qualquer reintegração de posse. A Polícia Militar fez o planejamento da operação e na execução tivemos esse grave e lamentável problema, com um disparo de arma de fogo que vitimou um cidadão”, afirmou.
O comandante-geral da PM-MA, coronel Marco Antônio Alves, ressaltou que as forças de Segurança estão empenhadas em apurar as circunstâncias da ocorrência e que trata-se de um caso isolado. “Temos pouco mais de 190 mandados de reintegração para serem cumpridos, sem contar os que já foram consolidados este ano, e não tivemos em todo esse período registro de nenhuma incidência grave relacionada à reintegração de posse. Levando em consideração o nível de formação dos policiais, o compromisso e a responsabilidade na missão, o fato ocorrido hoje foi uma exceção”, conclui.
G1 Maranhão
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