O presidente Michel Temer apresenta nesta segunda-feira aos
líderes da base governista no Congresso e representantes das centrais
sindicais uma ampla proposta de Reforma da Previdência. O Palácio do
Planalto avalia que um texto mais robusto, envolvendo mudanças nas
regras de aposentadoria, concessão de benefícios sociais e pensões, dará
um sinal importante para o mercado financeiro neste momento de aumento
das incertezas e piora do cenário econômico.
Ao mesmo tempo, garante maior margem de negociação no
Congresso da proposta, considerada mais polêmica e de difícil tramitação
do que a PEC do teto de gastos.
Um ministro do governo e um importante líder partidário ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo avaliam
a possibilidade de a comissão especial começar a discutir a proposta já
em janeiro, mês em que os parlamentares estão tradicionalmente de
férias. Essa estratégia poderia ajudar a agilizar a tramitação da
reforma no ano que vem, já que o regimento prevê a realização de
quarenta sessões na comissão especial para debater a medida.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
afirmou que não cabe a ele convocar o Congresso. “Mas, se acontecer,
defendo que o Congresso tenha uma pauta focada nos temas econômicos
apenas”, disse. Contudo, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira
(CE), não crê nessa possibilidade: “Não acredito que nesse clima que
está aí isso ocorra”.
Reforma trabalhista
Paralelamente, Temer e a equipe econômica querem acelerar
mudanças nas regras trabalhistas de forma fatiada, podendo inclusive
lançar mão da edição de Medida Provisória (MP), segundo interlocutores
do Palácio do Planalto. Avançar nessas medidas é uma resposta aos
empresários, que, com a retomada em marcha lenta do PIB, intensificaram a
pressão por medidas econômicas, entres elas, a flexibilização das
relações de trabalho que permitam a possibilidade de o acordado
prevalecer sobre o legislado.
A proposta de Reforma da Previdência foi fechada por Temer
na sexta-feira, mas detalhes da campanha foram acertados no domingo. As
peças publicitárias começam a ser veiculadas imediatamente após o envio
do texto ao Congresso, o que deve ocorrer ao longo desta semana. Além
disso, o governo prepara uma espécie de cartilha para orientar os
congressistas sobre a importância das mudanças.
O mote da campanha será “Previdência. Reformar hoje para
garantir o amanhã”. O secretário executivo do Programa de Parceria de
Investimentos (PPI), Moreira Franco, ficou responsável pela parte de
comunicação, enquanto o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha,
coordenou a discussão técnica. Fontes do governo informaram que
assessores estão debruçados sobre a tarefa de fazer um mapeamento da
posição de cada bancada sobre a principais propostas da reforma.
(Com Estadão Conteúdo)
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