O Plenário da Assembleia aprovou, na sessão desta quinta-feira (15), o
Projeto de LeiNº 223/16, que modifica dispositivos da Lei nº 7.799/02,
cujo texto dispõe sobre o Sistema Tributário do Estado, para alterar as
alíquotas do ICMS no Estado. Este projeto, encaminhado ao Poder
Legislativo através da Mensagem Governamental nº 101/16, foi aprovado na
forma original, após a rejeição de 11 emendas ao projeto: sete
formuladas pelo deputado Max Barros (PRP) e quatro de autoria do
deputado Adriano Sarney (PV).
No encaminhamento da votação, o líder do Governo, deputado Rogério
Cafeteira (PSB), e o deputado Professor Marco Aurélio (PCdoB) fizeram a
defesa do projeto, na tribuna, assegurando que o ajuste de alíquotas do
ICMS no Maranhão irá equilibrar contas e reduzir a defasagem deste
imposto em relação a outros estados.
Em seu discurso, o deputado
Rogério Cafeteira frisou que o governo do Maranhão vem fazendo esforço
para manter o seu orçamento ajustado ao cumprimento das obrigações
constitucionais e a sua capacidade de investimento público em patamar
adequado.
“O governo teve o extremo cuidado, para que a gente
preservasse a nossa atividade econômica. Eu sei que o que o governo
propõe não é uma medida simpática, é um remédio amargo, mas infelizmente
necessário, principalmente quando a gente quer a força econômica do
Estado do Maranhão, a força do governo que é o maior empregador do
Estado, é o maior contratador do Estado”, declarou Rogério Cafeteira.
O
deputado Professor Marco Aurélio acrescentou que o Projeto de Lei nº
223/16 pretende ajustar as alíquotas do Imposto sobre as Operações de
Circulação de Mercadorias e Serviços de Transportes e Comunicação
(ICMS). Ele observou que, mesmo com o alinhamento, o Maranhão praticará
alíquotas ainda menores que a maioria dos Estados.
“A maneira que
está sendo proposto o reajuste na alíquota de alguns serviços, de alguns
produtos é uma maneira que o Estado coloca como uma forma de ajudar a
compensar o que a União tem diminuído. A arrecadação estadual no que diz
respeito ao ICMS tem ajudado todos os municípios do Maranhão, porque
eles são partícipes nessa distribuição do ICMS, pois 25% do valor do
ICMS arrecado do Estado vai justamente para os municípios”, argumentou o
deputado Professor Marco Aurélio.
De acordo com o Projeto de Lei,
o ajuste na alíquota de combustíveis, por exemplo, foi de apenas 1%,
alcançando somente a gasolina e álcool. O óleo diesel e o óleo
combustível não foram alcançados, a fim de não prejudicar a atividade
econômica, pois são insumos utilizados no processo produtivo e no
transporte coletivo e de mercadorias.
Com a alteração, as
tributações do álcool e da gasolina no estado do Maranhão se igualarão
aos estados vizinhos como Ceará e Pará, passando de 25% para 26%,
inferior à praticada em estados como Minas Gerais e Paraíba, que
tributam com 31% e o Rio de Janeiro que cobra 32%.
Os deputados
Rogério Cafeteira e Professor Marco Aurélio informaram que o projeto de
lei estabelece um equilíbrio das classes de consumo, mantendo a isenção
para consumidores de menor renda que utilizam até 50 kw e aumentando
para consumidores de maior renda, com uso acima de 500 kw, que antes era
tributado com alíquota de 25% e com a nova regra passa para 27%.
O
líder do Governo, Rogério Cafeteira, explicou que o projeto de lei
adequa as alíquotas do ICMS para os segmentos combustíveis, energia,
fumo e comunicação, foi a alternativa encontrada pelo governo para
manter o equilíbrio fiscal do Estado diante da atual crise econômica que
assola o país, assim como assemelhar as alíquotas do ICMS do Maranhão
às praticadas pelos demais Estados.
Segundo Rogério Cafeteira, o
projeto de lei define elevação moderada de 2% no segmento da comunicação
(TV a cabo, rádio, telefonia). O ICMS incidente sobre serviços de
comunicação passa de 25% a 27%, assemelhando à tributação de outros
estados como Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Amapá e Tocantins. A
maior carga tributária é no Estado de Rondônia, com 35% seguida de Mato
Grosso, com 30% de carga tributária.
REAÇÃO DA OPOSIÇÃO
Deputados
da bancada da oposição criticaram duramente o Projeto de Lei Nº 223/16.
O deputado Eduardo Braide (PMN) criticou a Mesa Diretora, dizendo que o
projeto foi colocado em votação de forma muito açodada. Ele chegou a
propor a retirada do projeto de pauta, para ser melhor analisado.
“Eu
peço que se retire esse projeto da pauta da Ordem do Dia de hoje para
que nós possamos analisar com calma, uma vez que eu estou provando que
esse projeto faz referência a dois dispositivos legais que não existem
mais e que, portanto, não pode ser aprovado. Então, que nós retornemos a
essa votação depois de analisar com calma, ajustando o que tem que ser
ajustado. Proponho que o projeto seja retirado de pauta para que a gente
vote na sessão de segunda-feira”, afirmou Eduardo Braide.
Em seu
discurso, ele foi enfático ao afirmar que o projeto do governo contém
uma “aberração jurídica”. Segundo Braide, o projeto faz referência a
leis que não existem mais.
Eduardo Braide disse ainda que o
projeto vai prejudicar a economia e aumentar o desemprego. “São Luís é a
segunda capital do Nordeste que mais desempregou no último trimestre do
ano passado, segundo o IBGE”, argumentou Braide, anunciando seu voto
contrário ao projeto do governo.
Os deputados Edilázio Júnior
(PV), Max Barros (PRP), Andrea Murad (PMDB) e Adriano Sarney (PV) também
teceram severas críticas ao projeto do governo. Edilázio Júnior foi
enfático ao pedir votos contrários ao projeto:
“Vamos fazer a
nossa parte, vamos votar agora um “NÃO” contra esse pacote de maldades,
pelo menos para tentar melhorar a nossa imagem perante a população. Está
nas mãos de cada um de vocês votar “SIM” pelo governo, votar “SIM” para
continuar a ter as festas no Palácio, continuar a ter a farra de jato e
do helicóptero para onde quer que seja, ou votar e estar do lado dos
nossos eleitores, como nós faremos agora”, declarou Edilázio Júnior.
O
projeto do governo foi aprovado pelo Plenário, mas com os votos
contrários de Eduardo Braide, Adriano Sarney, Edilázio Júnior, Max
Barros, Andrea Murad, Sousa Neto, Wellington do Curso e César Pires.
(Agência Assembleia / Autor: Aurina Carneiro)
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