quarta-feira, 5 de outubro de 2016

TCU e TSE identificam 200 mil casos de possíveis fraudes em doações no 1º turno


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta quarta-feira (5) que, juntamente com o Tribunal de Contas da União (TCU), identificou 200.011 casos com possíveis indícios de irregularidades nas receitas e despesas de campanhas, totalizando R$ 659,3 milhões. É a primeira análise feita após o primeiro turno, que aconteceu no domingo (2).

Segundo o TSE, entre os indícios levantados pelos técnicos estão:

- 37.888 doadores inscritos no programa Bolsa Família que doaram R$ 36.877.030,61

- 55.670 doadores desempregados que desembolsaram R$ 84.293.201,68

- 24.646 doadores cuja renda conhecida é incompatível com o valor doado que destinaram R$ 207.119.049,07 para as campanhas

- 43.382 casos com concentração de doadores em uma mesma empresa com desembolso de R$ 90.787.549,74

- 14.510 doadores sócios de empresas que recebem recursos da administração pública que deram R$ 187.263.765,45

- O número de doadores de campanha mortos aumentou de 143 para 250

Os casos específicos citados pelo TSE são:

- uma pessoa que recebe Bolsa Família e fez uma doação de R$ 1,2 milhão em bens e serviços estimáveis em dinheiro

- pessoa física sem renda doou R$ 1,030 milhão

- 35 pessoas físicas que efetuaram doações acima de R$ 300 mil tendo renda incompatível

- professor universitário que doou R$ 300 mil

- sócio de empresa de candidato que doou recursos próprios de R$ 3 milhões

- segundo maior empregador privado atua na área de educação superior e 11 de seus empregados injetaram R$ 616 mil em campanha

Com relação a fornecedores, foram detectados os seguintes indícios de irregularidades:

- empresa, cujo sócio é beneficiário do programa Bolsa Família, prestou serviço de R$ 1,75 milhão

- dois fornecedores de campanha com situação inativa ou cancelada que prestaram serviços de campanha acima de R$ 400 mil

- empresa de transporte e turismo com dois funcionários e contratada para a campanha por R$ 187 mil

- empresa de filiado a partido, aberta em junho de 2016, e que prestou serviço no valor de R$ 250 mil.

As informações estão sendo rastreadas pela Justiça Eleitoral e passadas ao Ministério Público para verificar, caso a caso, se há irregularidades. Dependendo da gravidade, as punições variam entre multa e cassação do registro do candidato, caso comprovado abuso.

Por Rosanne D'Agostino

Portal G1

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