O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta quarta-feira (5)
que, juntamente com o Tribunal de Contas da União (TCU), identificou
200.011 casos com possíveis indícios de irregularidades nas
receitas e despesas de campanhas, totalizando R$ 659,3 milhões. É a
primeira análise feita após o primeiro turno, que aconteceu no
domingo (2).
Segundo
o TSE, entre os indícios levantados pelos técnicos estão:
-
37.888 doadores inscritos no programa Bolsa Família que
doaram R$ 36.877.030,61
-
55.670 doadores desempregados que desembolsaram R$
84.293.201,68
-
24.646 doadores cuja renda conhecida é incompatível com o
valor doado que destinaram R$ 207.119.049,07 para as campanhas
-
43.382 casos com concentração de doadores em uma mesma empresa com
desembolso de R$ 90.787.549,74
-
14.510 doadores sócios de empresas que recebem recursos da
administração pública que deram R$ 187.263.765,45
-
O número de doadores de campanha mortos aumentou de 143 para
250
Os
casos específicos citados pelo TSE são:
-
uma pessoa que recebe Bolsa Família e fez uma doação de R$ 1,2
milhão em bens e serviços estimáveis em dinheiro
-
pessoa física sem renda doou R$ 1,030 milhão
-
35 pessoas físicas que efetuaram doações acima de R$ 300 mil tendo
renda incompatível
-
professor universitário que doou R$ 300 mil
-
sócio de empresa de candidato que doou recursos próprios de R$ 3
milhões
-
segundo maior empregador privado atua na área de educação superior
e 11 de seus empregados injetaram R$ 616 mil em campanha
Com
relação a fornecedores, foram detectados os seguintes indícios de
irregularidades:
-
empresa, cujo sócio é beneficiário do programa Bolsa Família,
prestou serviço de R$ 1,75 milhão
-
dois fornecedores de campanha com situação inativa ou cancelada que
prestaram serviços de campanha acima de R$ 400 mil
-
empresa de transporte e turismo com dois funcionários e contratada
para a campanha por R$ 187 mil
-
empresa de filiado a partido, aberta em junho de 2016, e que prestou
serviço no valor de R$ 250 mil.
As
informações estão sendo rastreadas pela Justiça Eleitoral e
passadas ao Ministério Público para verificar, caso a caso, se há
irregularidades. Dependendo da gravidade, as punições variam entre
multa e cassação do registro do candidato, caso comprovado abuso.
Por
Rosanne D'Agostino
Portal
G1
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