sexta-feira, 16 de abril de 2010

Jogador maranhense é chamado de ''macaco'' em São Paulo


SÃO PAULO - A vitória do Palmeiras por 1 a 0 sobre o Atlético-PR, no jogo de ida pelas oitavas de final da Copa do Brasil, foi ofuscada pela confusão entre os zagueiros Manoel (que é maranhense de Bacabal) e Danilo. O primeiro, atleta do Furacão, deixou o Palestra Itália na noite desta quinta-feira acusando o alviverde de racismo, isso depois de os dois terem se estranhado e trocado agressões no primeiro tempo. Em uma disputa de bola, Manoel teria dado uma cabeçada em Danilo, que revidou cuspindo no rosto do adversário. O jogador rubro-negro, na coletiva, admitiu ter dado um pisão em Danilo num lance posterior.

A diretoria do clube paranaense deixou o estádio diretamente para o 23º Distrito Policial, no bairro das Perdizes, para registrar Boletim de Ocorrência. Danilo foi enquadrado no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal – “Injúria qualificada por racismo”. A pena prevista varia de um a três anos de prisão. O jogador palmeirense não compareceu à delegacia.

Segundo o delegado Percival Alcântara, situações como essa normalmente são resolvidas com um acordo, mas o clube paranense não admite essa hipótese. Ocimar Bolicenho, diretor de futebol do Furacão, confirmou a versão do seu jogador e disse que todas as medidas cabíveis serão tomadas.

- Ele não só cuspiu na cara do Manoel, com também o chamou de macaco. Esse rapaz sempre que joga contra o Atlético tem atitudes estranhas – disse o dirigente, lembrando que Danilo já vestiu a camisa do Furacão. – Vamos até as últimas consequências. É inadmissível uma coisa assim acontecer nos dias de hoje.

O defensor palmeirense deixou o campo dizendo que havia acontecido um “lance normal de jogo”. O atleticano, por sua vez, afirmou que a reação de Danilo, com Manoel caído no gramado após a cusparada, foi falar “levanta, seu macaco”. Além da acusação, não negou ter pisado propositalmente no palmeirense.
- Ele cuspiu em mim e depois me chamou de macaco – disse Manoel, durante a entrevista pós-jogo. – Sim, pisei e não me arrependo do que fiz. Depois do que ele disse para mim, pisaria de novo.

Danilo deixou o estádio palmeirense sem falar com a imprensa. Savério Orlandi, diretor de futebol do Palmeiras, disse que conversou com o atleta nos vestiários, logo depois da partida. O dirigente afirmou que viu o lance da cusparada pelas imagens da TV e que, a partir desta sexta-feira, já começará a armar a defesa do camisa 23. Sobre as ofensas a Manoel, Orlandi afirmou que o zagueiro palmeirense, negou qualquer tipo de agressão verbal.

- Assisti ao lance na TV e acredito que o Paulo Schmitt (procurador geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva) pedirá as imagens (pela cusparada). Quanto ao racismo, conversei com o Danilo, e ele negou. Estão tentando criar um clima de animosidade para a próxima partida, sendo que a decisão da vaga ainda está aberta – explicou Orlandi.

Fonte: http://www.imirante.com.br/ (Edição:Cícero Ferraz)

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