Dia das Mães na cadeia com filho de oito dias

Mãe do pequeno Samuel, de apenas oito dias está presa é portadora do vírus HIV e irá passar o próximo domingo, dia 8, na penitenciária feminina da capital maranhense

Famílias maranhenses irão se reunir neste domingo para comemorar uma das datas mais festivas do ano: o Dia das Mães. Entre muitas alegrias, trocas de carinho e de gratidão, existem mães em situações delicadas, com filhos e família. Como o caso de Raimunda Ferreira, 37 anos, mãe do pequeno Samuel, de apenas oito dias. Ela está presa é portadora do vírus HIV (Aids) e irá passar o próximo domingo, dia 8, no Centro de Reeducação e Inclusão Social de Mulheres Apenadas do Maranhão (Crisma).

Presa por tráfico de drogas, ela foi condenada a oito anos de reclusão, já cumpriu dois anos e três meses. Foi na penitenciária de Imperatriz que ela engravidou. Lá, recebia visitas íntimas do companheiro, que também cumpre pena por tráfico.

Depois de grávida, a futura mãe teve que sair de Imperatriz porque a penitenciária do interior do estado não possuía berçário para acomodar o pequeno Samuel. Embora presa, ela sente um alívio por poder viver com o filho, mesmo dentro da cadeia.

"Quando fui transferida para São Luís morri de medo, pois estava perto de ter o bebê. Mas fui bem recebida e tive todo o atendimento médico necessário para que meu filho nascesse saudável. Estou longe de casa e da minha família, mas estou junto do meu filho e isso é importante para mim”, disse a mãe.

Outro drama de Raimunda é não poder amamentar o pequeno Samuel. Ela está com o vírus HIV. O parto foi realizado com todo o cuidado para que o filho não adquirisse o vírus da mãe.

“Samuel recebe apenas o leite Nan, e isso me dói muito. É uma tristeza eu não poder amamentar meu próprio filho”, lamenta.

Longe da família, de casa e dos outros filhos, Raimunda espera um dia das mães calmo, ao lado do filho.

“Será ao mesmo tempo, triste e alegre. Vou estar com o Samuel, cheio de vida, mas longe da minha família e de meus outros filhos”, comentou.

Na cadeia, Raimunda aprendeu a profissão de artesã e espera poder continuar realizando essa atividade quando sair. Atualmente no Crisma existem quatro detentas que convivem com os filhos no presídio.

Fonte: http://www.oimparcial.com.br/ (Edição: Cicero Ferraz)