quarta-feira, 16 de junho de 2010

Lula: aumento aos aposentados não vai quebrar o País


O reajuste de 7,72% aos aposentados sancionado ontem não vai "quebrar um país que quer ser a quinta economia do mundo", nas palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente afirmou que sua decisão foi tomada ontem mesmo, depois de refletir com dados da equipe econômica, garantindo que os gastos adicionais poderiam ser compensados com cortes no Orçamento, mas não em investimentos sociais.

"A proposta que enviamos ao Congresso era menor (6,14%) do que a aprovada pelo Senado. Então fiquei imaginando qual o prejuízo ao País com esse aumento, além daquilo que eu já tinha dado, e recebi informações de que o aumento do consumo nos próximos meses dessas pessoas já vai recuperar parte desse dinheiro em impostos que o governo vai cobrar", defendeu Lula, em entrevista depois de encontro com o presidente do Peru, Alan Garcia, em Manaus.

Lula frisou que só tomou a decisão, "como num regime presidencialista", depois de ter em mãos garantias de que a economia não seria prejudicada e que sua decisão não teria "contrariado" a equipe econômica, como especulado na imprensa. "Quem tomou a decisão fui eu, quem manda é o presidente no regime presidencialista. Recebi as alternativas, tinha os dados e tomei a decisão. Essas pessoas ganham pouco mais de um salário mínimo e não vão sair por aí comprando dólar e carros, mas arroz, feijão, meia, roupas para os netos", afirmou.

Para Lula, a garantia de sua equipe econômica é que, com as medidas tomadas para viabilizar o aumento aos aposentados, é importante deixar claro que o País vai continuar a "controlar as contas públicas e manter a rigidez fiscal para uma parcela da população ter o poder de consumir mais, com mais poder de consumo".

Perguntado se o aumento aos aposentados não seria para ajudar na campanha de sua candidata à Presidência, a ex-ministra Dilma Roussef (PT), Lula disse que, "sendo assim, a medida também ajuda ao (José) Serra e a Marina (Silva)". "Isso porque sei que certamente vai ajudar oito milhões de aposentados", destacou.

Fonte: O Estadão (Edição: Cícero Ferraz)

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