O desempenho de estudantes no ensino médio em português e
matemática em 2015 foi pior que há 20 anos, segundo dados divulgados
hoje (8) pelo Ministério da Educação (MEC). A etapa é tida como um dos
principais gargalos do ensino básico, concentrando os piores
indicadores. Os números são do Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb), calculados a cada dois anos.
Em 2015, a proficiência média em língua portuguesa na etapa de ensino
foi 267,06. A média nacional melhorou em relação a 2013, quando ficou
em 264,06. No entanto, está abaixo dos 268,57 obtidos em 2011 e dos 290,
registrados pelos estudantes de 1995. A proficiência média em
matemática apresenta redução desde 2011, quando era 274,83. Em 2015, a
média foi 267. Vinte anos antes, em 1995, a proficiência média era de
281,9.
As médias de 2015 colocam os estudantes do ensino médio
no nível 2 de 8, de acordo com escala do MEC, em português e no nível 2
de 10 em matemática. Isso significa que os alunos têm dificuldades em
interpretações de texto e operações matemáticas minimamente complexas
como soma, subtração, multiplicação e divisão.
Faltam políticas públicas
De
acordo com a presidenta executiva do movimento Todos pela Educação,
Priscila Cruz, os números mostram que não houve um amplo esforço para
mudar as bases do ensino médio. "O ensino médio é uma etapa muito mal
desenhada, é desenhada para não dar certo. Os alunos têm 13 disciplinas
para serem trabalhadas em 4 horas de aula, que na realidade são 2 horas e
meia. Há uma perda de eficiência em relação a políticas e investimentos
e o resultado é esse".
A proficiência considerada adequada para o
ensino médio é 300 em português e 350 em matemática, segundo critério
consolidado pelo Todos pela Educação, que leva em conta o desempenho dos
países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) na avaliação internacional do Programa Internacional de Avaliação
de Estudantes (Pisa).
"No ensino médio, chegamos ao fundo do
poço, principalmente em matemática. Não dá mais para esperar um milagre.
Precisamos urgentement tomar uma decisão que passa por dois aspectos, o
currículo e a formação de professores. Precisamos dar mais foco no
interesse do jovem", diz o diretor de articulação e inovação do
Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos.
Fonte: Agência Brasil
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