segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Especialistas falam sobre saúde e direitos de quem está na 'melhor idade'

Nesta segunda-feira (1º), comemora-se o "Dia Internacional do Idoso".
SÃO LUÍS – Nesta segunda-feira, 1º de outubro, comemora-se o "Dia Internacional do Idoso". A data foi criada, em 2003, pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de provocar a discussão sobre os direitos de quem está na terceira idade.

Há quem diga que a terceira idade é a "melhor idade". Isso porque, com o avanço da medicina e a constante busca por qualidade de vida, a expectativa de vida do brasileiro aumentou nas últimas décadas. De acordo com o Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro alcançou, em 2010, 73,4 anos, 25,4 anos a mais comparada a 1960.

De acordo com a geriatra Jacira Serra, o aumento da expectativa de vida já era algo esperado pelos profissionais da área. "A pirâmide (etária) vem mudando de uns anos para cá, está se transformando em um ‘barril’. O que está acontecendo com o Brasil, agora, aconteceu na Europa há alguns anos, com todo o controle da natalidade, controle de algumas doenças, a vacinação em massa, a melhoria do saneamento básico", afirmou em entrevista ao Imirante.

Antes de decidir iniciar uma atividade física, é necessário procurar uma consultoria médica. Os exercícios, esclarece a especialista, não precisam ser longos, mas, sim, frequentes. "O grande exercício, que é muito bom para todos nós, é a caminhada. Mas nós temos a hidroginástica, o tai chi chuan, o ioga, o pilates, a dança, etc. O importante é que ninguém comece um exercício sem uma avaliação médica antes, com seu geriatra, com seu cardiologista, com seu clínico-geral, para ver se, realmente, você está em condição", explica.

Direitos

Um importante instrumento que garante os direitos dos idosos é o "Estatuto do Idoso" – como é conhecida a Lei nº 10.741 –, criado, também, em 2003. Segundo o promotor do Idoso, Paulo Roberto Barbosa Ramos, o estatuto representa um grande marco na garantia dos direitos à vida, à saúde, ao lazer, ao trabalho, etc. "Ele (o estatuto) normatizou em um único instrumento legal, uma série de direitos das pessoas idosas que se encontravam esparsos, em meios nacionais, estaduais e municipais, de modo que nós devemos e podemos perceber o ‘Estatuto do Idoso’ como um marco importante no processo de expansão de garantias, de informação em relação aos direitos dos idosos e, especialmente, de afirmação do respeito aos direitos. Houve, sim, após o ‘Estatuto do Idoso’, um grande avanço, uma maior conscientização, inclusive por parte das pessoas idosas, embora, grande parte dos problemas, ainda, exista", diz.

Para o promotor, desde que a sociedade a compreenda de uma forma mais ampla, a violência contra o idoso, ainda, é o maior problema enfrentado na terceira idade. "São violências ‘intimidatórias’, que querem podar, eliminar a autonomia e a participação do idoso. Por outro lado, há a violência estrutural, que diz respeito ao preconceito da sociedade em relação à pessoa que envelhece. Isso se reflete, inclusive, na não preparação das cidades para a vida das pessoas idosas, à medida que as cidades não são acessíveis", completa.

Tipos de violência

De acordo com dados do Centro Integrado de Apoio e Prevenção à Violência contra o Idoso (Ciapvi), os principais casos de violência contra os idosos registrados no Maranhão são os de violência psicológica – que incluem xingamentos, privação de direitos básicos do idoso (como aposentadoria, lazer, etc.) e, em alguns casos, aumento na medicação dos idosos – e negligência.

Em todo o país, dados do Disque-Denúncia Nacional (DDN), referentes às denúncias recebidas pelo telefone 100, mostram que 90% dos casos de violência contra os idosos são registrados dentro de casa e os principais agressores são os próprios filhos em 60% dos casos.

Atendimento

No Maranhão, além de atuar no enfrentamento contra a violência contra o idoso, o Ciapvi auxilia no atendimento aos idosos na hora de pleitear gratuidade no transporte público, em ações de alimentos e na conquista de guardas judiciais.

A sede do Ciapvi fica na avenida 3, IV Conjunto Cohab-Anil, S/N, antigo prédio do CSU Cohab. O contato pode ser feito pelos telefones (98) 3244-1356 e (98) 3221-6110 ou pelo e-mail ciapvi@dpe.ma.gov.br.

Denúncias contra agressores podem ser feitas de forma anônima ao "Disque-Denúncia", pelos telefones (98) 3223-5800 (capital) e 0300-313-5800 (interior do Estado). O serviço funciona 24h.

Fonte: Imirante
Edição: Cícero Ferraz

Nenhum comentário:

Postar um comentário