A temática da violência contra a juventude foi abordada no último domingo (21) por jovens participantes da Igreja Católica, na comemoração do Dia Nacional da Juventude.
A Paróquia Nossa Senhora da Luz no município de Paço do Lumiar reuniu, centenas de jovens em torno de atividades culturais, religiosas e de lazer com foco voltado para a qualidade de vida do jovem sob o tema "Qual vida vale a pena ser vivida?". Foi a comemoração local do Dia Nacional da Juventude (DNJ) celebrado e proposto pela Igreja Católica em todo o Brasil e que este ano foi realizado na paróquia luminense. No ano passado a comemoração religiosa foi na cidade de Rosário.
O evento contou com a participação de jovens da pastoral de São Luís e também de municípios como Morros, Axixá e Rosário, reforçando o caráter arquidiocesano do evento. A programação começou às 8h e se estendeu até as 16h30 com uma grande caminhada que partiu da paróquia com destino a Iguaíba.
No ano passado o evento reuniu duas mil pessoas, este ano a organização acredita que mais jovens tenham aderido ao convite da igreja católica.
"Nós estamos reunidos aqui com programação de esporte e lazer, apresentações culturais, shows, rodas de conversa sobre o jovem e a espiritualidade, cultura, políticas públicas, mas, sobretudo para trabalhar esse jovem para que ele não faça parte das estatísticas de violência. Para que ele viva mais e melhor. E acho que ele está atendendo a essa proposta. A prova disso é a participação em massa de jovens e adolescentes nas ações da pastoral", afirma Marcos Antônio Sales, que faz parte da comissão organizadora do evento.
Em todo o Brasil o DNJ busca a dignidade jovem, celebrando as lutas anuais dos jovens organizados. Para a Pastoral da Juventude é a mobilização maior, concentrando multidões de jovens que buscam novas relações de vida pautadas na justiça social, no poder popular, na legitimidade da diversidade, no protagonismo juvenil e na construção da paz.
"Nós, que fazemos esse trabalho com os jovens nos fundamentamos em três pontos que são a caminhada em massa, a formação de jovens e o monitoramento da mídia para entender porque tantos jovens são mortos. Embora a gente não tenha dados locais, o que se sabe é que o jovem, principalmente o de classe baixa, negro é vítima de violência, tratado como marginal e é isso que a gente quer evitar. Que tipo de vida o jovem está levando? É esse o objetivo do DNJ em todo o Brasil e cada cidade está trabalhando a sua realidade", aponta Marcos Antônio.
A estudante Ana Letícia Santos acredita que ainda falta muito para que o jovem se engaje em questões sociais, religiosas, mas os eventos desse porte devem continuar o seu propósito que é lutar para ter uma vida melhor.
"Aos poucos as pessoas estão tendo consciência disso, estão percebendo que a cidadania se constrói desde cedo", diz ela.
Taxa de homicídios
Segundo o Mapa da Violência 2012, entre 1999 e 2010 a taxa de homicídios contra os jovens no Maranhão cresceu 385%, tendo um crescimento ainda maior nas cidades do interior do estado (463%). Mais grave ainda são as constatações da mesma pesquisa de que o extermínio no Brasil, além de idade (jovens), possui cor (negros), sexo (homens) e classe social (pobres da periferia).
Fonte: O Imparcial
Edição: Cícero Ferraz
Nenhum comentário:
Postar um comentário