domingo, 27 de março de 2011

A droga da morte chega ao Maranhão pela Bolívia

O crack produzido na Bolívia chega ao Maranhão pelo Tocantins ou pelo Pará. Parte é consumida em São Luís e outra segue para outros centros urbanos.

                                             Usuário consumindo crack no bairro João Paulo

O crack ora consumido, em larga escala, no Maranhão, atravessa dois estados e grande extensão do território maranhense para chegar a São Luís. A droga é produzida na Bolívia. Sai daquele país e entra no Brasil, via rodoviária, pela cidade da Cáceres, no Mato Grosso, seguindo até o Tocantins e pela ponte Dom Felipe Gregory entra em Imperatriz e por via rodoviária (BRs-010, 222 e 135) chega a São Luís. Outra rota de entrada da droga é através do estado do Pará, chegando à Reserva do Gurupí e dali para São Luís. Parte da droga é distribuída entre traficantes da capital e outra segue para outras capitais e ou países. Dessa forma, está consolidada a rota do tráfico internacional de drogas o Maranhão.

O crack é uma droga que demorou chegar à capital, mas logo passou a ocupar o primeiro lugar em consumo, dominando o narcotráfico, atingindo números assustadores de crescimento de usuários, constituindo-se em uma verdadeira epidemia que desafia as autoridades da Segurança e da Saúde Pública. Em um ano a apreensão de crack pela Polícia cresceu em cerca de 1.151 por cento.

O crack é a forma menos pura da cocaína e tem poder infinitamente maior de gerar dependência, visto que a fumaça chega muito mais rápido ao cérebro e com potência extrema. Ao prazer intenso e efêmero, segue-se
a urgência da repetição. Os usuários além de se tornarem alvos de graves doenças circulatórias e, principalmente, pulmonares que levam à morte, assim como se expõem a situações de violência e de perigo que também podem matá-los.

O delegado Cláudio Mendes Pereira, titular do Departamento de Narcóticos da Superintendência Estadual de Investigações Criminais, informou que o crack se tornou uma verdadeira epidemia no Maranhão, onde chegou pela região Tocantina, principalmente pela cidade de Imperatriz, distante 639 quilômetros da capital. Em 2010, a polícia conseguiu apreender 56.405,149 gramas de crack somente em São Luís e prendeu em flagrante 93 homens e 36 mulheres. Em 2009 foram apreendidas 4.618, entretanto foram presos 177 homens e 35 mulheres envolvidos com o tráfico.

“A luta é árdua e, embora com alguns problemas de contingente reduzido, temos dado efetivo combate ao tráfico, tendo como principal aliado a população que já confia no sigilo e na preservação das identidades e faz denúncias através do Disque-Denúncia : 3223-5800 (capital) e 0300 313 5800 (capital). De posse das informações que são checadas pelos nossos investigadores, chegamos aos traficantes que são presos”, disse o delegado
Cláudio Mendes, acrescentando: “ O Disque –Denúncia é a nossa grande arma”.Conforme o delegado Cláudio Mendes, o crack é o responsável por grande maioria dos crimes de homicídio (cerca de 77%) verificados na capital, tanto como conseqüência da guerra entre traficantes pelo domínio dos pontos de vendas de drogas, como pelo envolvimento de viciados em brigas de ruas. “ O viciado, quando drogado, não tem noção do perigo e acaba matando ou morrendo num enfrentamento”, afirmou.

Fonte: O Imparcial
Edição: Cícero Ferraz

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