terça-feira, 8 de novembro de 2011

Após saída de estudantes, reitoria da USP tem bagunça e pichação

Os estudantes que haviam invadido o prédio da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) foram pegos de surpresa pelos policiais que cumpriram a reintegração de posse do local, na madrugada desta terça-feira.

Segundo a PM, os estudantes estavam dormindo por volta das 5h20, quando a operação começou. Cerca de 400 policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria da PM foram acionados, além de um helicóptero Águia e de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e do GOE (Grupo de Operações Especiais).

Ao todo, 70 estudantes foram detidos e levados de ônibus para o 91º DP (Ceasa). Após a saída dos alunos, restou uma grande bagunça no prédio da reitoria.

Paredes e vidros foram pichados, há papéis e móveis revirados e lixo pelo local. Os estudantes deixaram colchões e cobertores para trás e até as estátuas foram movimentadas.

Policiais que fizeram uma vistoria no imóvel encontraram sete garrafas de coquetéis molotov, três galões com gasolina e seis caixas de rojões.

A Polícia Civil ainda vai realizar uma perícia no prédio para verificar se houve danos ao patrimônio da universidade.

ASSEMBLEIA

Os estudantes haviam decidido, em assembleia realizada na noite de ontem (7), manter a ocupação, apesar do fim do prazo dado pela Justiça para deixarem o local.

Após a votação, alguns estudantes agrediram jornalistas. Um cinegrafista caiu após ser empurrado e um fotógrafo teve a câmera arrancada e machucou as mãos --ele foi levado ao hospital.

O clima ficou tenso e, após os grupos ficarem separados, os alunos arremessaram pedras na direção dos jornalistas. Um cinegrafista foi atingido e ficou levemente ferido.

No momento do tumulto, não havia guardas universitários nem PMs no local. Após a confusão, um representante dos invasores disse que havia ocorrido uma "situação isolada".

RESISTÊNCIA

Na assembleia, vários estudantes disseram estar dispostos a resistir caso a PM fizesse a reintegração de posse.

Mais cedo, às 18h, uma reunião de negociação entre representantes da reitoria e alunos terminou em impasse.

O superintendente de relações institucionais da USP, Wanderley Messias da Costa, chegou a deixar a sala onde ocorria o encontro.

A proposta apresentada à tarde pela universidade previa que os alunos e funcionários não fossem punidos por participar da invasão.

A reitoria também manteve a oferta de criar grupos para discutir o convênio com a PM --principal motivo da invasão-- e revisar processos administrativos contra estudantes.

Os alunos, no entanto, consideraram a proposta insuficiente, já que havia chance de novos processos caso ficasse provado que houve vandalismo no prédio invadido.

Os acontecimentos que levaram à ocupação da reitoria tiveram início no dia 27 de outubro, quando três alunos da USP foram detidos por posse de maconha. Houve reação de colegas, que investiram contra a PM. Policiais usaram bombas de efeito moral e cassetetes para levar os rapazes à delegacia --depois eles foram liberados.

Na mesma noite, um grupo de cem estudantes invadiu um prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Na terça passada, mais de mil alunos realizaram uma assembleia que decidiu, por 559 votos a 458, pela desocupação do edifício.

A minoria derrotada, porém, decidiu invadir a reitoria, onde hoje há cerca de 50 manifestantes --a USP toda tem cerca de 82 mil alunos (50 mil só na Cidade Universitária).

Fonte: folha.com
Edição: Cícero Ferraz

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