terça-feira, 8 de novembro de 2011

Crack é problema de saúde pública na maioria das cidades, diz CNM

Área de segurança pública é a 2ª mais impactada pelo consumo do crack em 58,5% dos municípios.
BRASÍLIA - Os serviços de saúde pública são os mais atingidos nos municípios pelo consumo de crack, aponta levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CMN), divulgado nesta segunda-feira (7). Dos 4.430 municípios que participaram da pesquisa, 63,7% afirmaram que a saúde é a área mais impactada pelo consumo de crack.

A área de segurança pública é a segunda mais impactada pelo consumo do crack em 58,5% dos municípios pesquisados. Os prefeitos também relataram problemas nas áreas de assistência social e educação. Os dados foram levantados junto às prefeituras, que relataram espontaneamente questões relativas aos problemas sondados pela entidade.

A CNM ouviu por telefone e presencialmente 4.430 municípios entre agosto e outubro deste ano. Numa segunda fase, já iniciada, a CNM pretende manter um banco de dados espontaneamente atualizado pelas prefeituras.

De acordo com a pesquisa, 3.960 municípios de todo o Brasil responderam que enfrentam problemas com a circulação de drogas, dos quais 2.721 citaram ter na circulação do crack e de outras substâncias a principal questão a ser enfrentada.

Regiões

Em todo o país, 4.114 municípios relataram problemas relacionados ao consumo de drogas, sendo o Sudeste a região com maior incidência (1.320) - os municípios do Rio de Janeiro não participaram da pesquisa. De acordo com o levantamento, do universo de 1.264 municípios da região que responderam positivamente sobre a questão, 915 disseram ter problemas com a circulação do crack e de outras drogas.

A região Nordeste aparece em segundo lugar, com 1.108 municípios (735 deles com problemas relacionados ao crack e outras drogas). Dos 952 municípios do Sul que responderam à questão, 678 enfrentam problemas semelhantes.

Nas regiões Centro-Oeste e Norte, há, respectivamente, 354 e 282 municípios que enfrentam problemas com a circulação de drogas, diz a CNM, dos quais 242 e 151 com problemas com o crack e outras drogas.

De acordo com Ziulkoski, o Distrito Federal recusou-se a divulgar oficialmente dados relativos ao consumo de drogas para a pesquisa. "Ficamos três meses pedindo dados ao DF, que não os divulga", disse.

Dados oficiais

É a segunda pesquisa do gênero divulgada pela CNM. A primeira, de 2010, foi alvo de críticas por parte do governo federal, que considerou superficial a metodologia utilizada.

Para o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, a tentativa de desqualificar o levantamento anterior é um descompasso com a atenção que a União dá ao tema. "Nós ouvimos muito União e estados falarem sobre combate às drogas, mas os recursos repassados pela União são praticamente inexistentes (...). Mas, quando surgem os dados, eles desqualificam."

Não existem dados oficiais do governo federal sobre o consumo de crack e outras drogas.

Fonte: G1
Edição: Cícero Ferraz

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