São Paulo - A Portuguesa, que em campo é "sempre um time campeão", como diz a letra de seu hino, conquistou o título nacional que faltava à sua galeria de glórias. Sem depender de ninguém, como foi em toda sua história, mas com uma boa dose de sufoco e sofrimento, a Lusa empatou em 2 a 2 com o Sport no Canindé e se tornou campeã brasileira da Série B.
A festa no Canindé foi escondida até o último momento, mas assim que o paranaense Heber Roberto Lopes trilou o apito final, a torcida não se conteve e cantou emocionada o grito preso na garganta desde 1973 quando, de acordo com Luís Iaúca, a equipe havia faturado seu último título digno de comemoração.
Autor do gol do empate diante do Sport, que havia aberto o placar com Montoya logo aos três minutos, Marco Antônio foi um dos personagens principais da conquista e podia ter levantado a sonhada taça diante das lágrimas de quase 15 mil apaixonados torcedores no Canindé, mas a Lusa foi cautelosa e guardou essa festa para mais tarde. Na partida, ainda houve tempo para Luís Ricardo dançar o vira, mas Robston deixar tudo igual mais uma vez, o que não impediu a comemoração.
Premiada pela campanha impecável, a Portuguesa pode enfim soltar o grito e vibrar o retorno à elite do futebol brasileiro, lugar de times grandes e cheios de tradição como ela própria é. 20 vitórias, 12 empates e apenas três derrotas não é, de fato, para qualquer um. Apenas para os grandes.
O Jogo - A Portuguesa permaneceu muito mais tempo com a bola na primeira etapa, e criou chances de gol claríssimas, ao contrário do Sport. O único empecilho do time paulistano para ir ao intervalo confiante no título é que os visitantes surpreenderam e marcaram logo aos três minutos de jogo, sem que ninguém tivesse no campo de ataque do adversário.
Após escanteio cobrado por Marcelinho Paraíba pela direita, os zagueiros do Sport praticamente fizeram uma tabela, quando Gabriel ajeitou para Montoya, que bateu com o canto do pé à direita de Wéverton, que nem viu a cor da bola e apenas lamentou o primeiro gol sofrido dentro do Canindé.
O gol não esmoreceu a torcida da Lusa, que continuou cantando e incentivando o time, mas deixou o time visivelmente abalado, tanto que houve certa demora até que conseguisse encaixar alguma jogada ofensiva relevante.
Apenas Edno vinha chamar a responsabilidade e buscar a bola dos pés dos três volantes para armar o time. O problema é que o fôlego acabava e o Sport recuperava para ficar tocando de lado sem dar espaço ao ímpeto da Portuguesa, que só esboçou o empate aos 29, quando Marcelo Cordeiro cruzou e Leandro Silva cabeceou por cima do gol, sem sustos.
Assustado ficaria o goleiro Wéverton, quando Maylson foi derrubado pelo próprio Leandro e Marcelinho Paraíba cobrou a falta com muito perigo à sua meta. Ao espalmar para frente, o goleiro da Lusa afastou o perigo do ataque do Sport além do lance do gol.
Tentando encontrar seus espaços para pressionar o time pernambucano, o Rubro-Verde viu em Marco Antônio, que praticamente inverteu de posições com Edno e passou a ajudar no ataque, a grande esperança de gols no fim do primeiro tempo.
Foi de um cruzamento do camisa 10 que a Lusa quase igualou o placar, aos 38, quando Ananias cabeceou nas mãos do goleiro Magrão. O lance perigoso, último da primeira etapa, seria aos 41, quando o time já tinha Ivo em campo no lugar de Rai e havia se jogado para cima do Sport.
Na investida de Marcelo Cordeiro, Montoya chegou por trás e cometeu a falta próxima à entrada da grande área. Marco Antônio cobrou com precisão, mas a bola bateu no travessão e saiu pela linha de fundo, tirando o último grito desesperado dos torcedores do Canindé no primeiro tempo.
Equilibrada, a segunda etapa teve uma Portuguesa buscando colocar a bola no chão e trabalhar com base na técnica, seu grande recurso durante toda a Série B. Depois de perder uma chance concreta aos nove minutos, quando Luís Ricardo recebeu dentro da área, mas não acertou o alvo, a Lusa foi premiada pela valentia de seu capitão.
Depois de receber passe curto pouco à frente da linha divisória do meio-campo, Marco Antônio não teve dúvidas ao observar Magrão adiantado e bateu de lá mesmo para marcar um golaço e correr para o abraço aos companheiros e aos
No minuto seguinte, inspirado, o capitão da Lusa ainda desferiu outro petardo, mas dessa vez a bola saiu à direita do gol. Com o inteiro domínio da partida, o time trabalhava a bola no campo de ataque e escolhia o momento de atacar, o modo de explorar as boas oportunidades criadas.
Foi assim aos 27 minutos, quando Luís Ricardo deu sorte e conseguiu um drible de calcanhar por debaixo das pernas do marcador e cruzou com força, no meio da área. Antes que o zagueiro Renato, bem posicionado por ali, pudesse colocar o pé na bola, Montoya desviou para o fundo das redes e ajudou a Lusa a virar o placar no Canindé.
Como apreciam uma boa dose de emoção, os anfitriões ainda levariam o gol de empate aos 35 da segunda etapa, quando Thiaguinho serviu Robston na entrada da área e o meio-campista bateu cruzado para o fundo gol.
Os minutos finais foram dramáticos, já que o Sport tinha três atacantes e corria contra o tempo por uma vitória, última chance de ainda brigar por uma vaga na Série A em 2012. O volante Guilherme ainda saiu de campo sangrando para a entrada do zagueiro Jaime, que segurou como podia e evitou que o time pernambucano sonhasse atingir o patamar da Lusa na próxima temporada.
Os três minutos de acréscimo passaram em câmera lenta, mas passaram.
Fonte: gazetaesportiva.net
Edição: Cícero Ferraz
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