O Palmeiras não iria jogar, ao contrário do que cantava quase uma centena de torcedores na manhã desta quinta-feira, mas eles estavam lá. Os palmeirenses transformaram o saguão de desembarque do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em uma verdadeira arquibancada para recepcionar os campeões da Copa do Brasil. O tumulto se estendeu dali até a Academia de Futebol, para onde o elenco seguiu em cima de um trio elétrico.
Antes mesmo de o sol raiar, um grupo de torcedores já aguardava os campeões no aeroporto. “Aquele ali está cheirado. Só pode. Ele está gritando desse jeito desde o começo da madrugada, na Avenida Paulista”, sorria um palmeirense que comemorava mais timidamente. O sujeito que cantava e vibrava, agitando uma bandeira rasgada em mãos, era o maestro dos demais. Quem desembarcava antes do elenco do Palmeiras se juntava a ele para fazer coro às rimas de apoio à equipe.
Quando a aglomeração já era maior, outro torcedor utilizou um megafone para berrar ainda mais alto do que o seu amigo “cheirado”. Eles passaram a fazer piadas com o passar do tempo e o aumento da expectativa pela chegada do Palmeiras. Encontraram uma série de sósias de pessoas famosas entre as pessoas que circulavam pelo aeroporto. “É Suplicy!”, saudaram um senhor. “É Felipe Massa!”, apontaram para um garoto. “Não é mole, não! Fazer a barba já é obrigação!”, completaram para um jovem barbado, que estranhava a confusão. “A, e, i! A saída é por aqui!”, ensinavam para quem estivesse perdido.
Profissionais de imprensa também foram zombados – quase sempre de forma bem-humorada. Ao redor de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos, os torcedores criticaram comentaristas com a imagem associada ao Corinthians e uma emissora de televisão. O que prevalecia, contudo, era o incentivo ao Palmeiras. Entre pedidos mais efusivos para o técnico Luiz Felipe Scolari permanecer no clube e para o atacante Betinho, autor do gol de empate contra o Coritiba, ser convocado à Seleção Brasileira, todos os jogadores eram homenageados.
Assim que o Palmeiras apareceu no saguão do Aeroporto de Congonhas, o tumulto se alastrou. Os torcedores correram desordenadamente para agarrar seus ídolos. O centroavante Hernán Barcos, que havia chegado em um voo anterior ao da maioria do elenco (assim como o machucado Wesley), foi abraçado por uma multidão. “Pirata!”, vibraram alguns, tapando o olho como costuma fazer o jogador. “É incrível”, comentou o argentino.
Com a ajuda de seguranças, até eles ovacionados pelos torcedores, os sorridentes atletas do Palmeiras conseguiram caminhar para o trio elétrico que os aguardava. O meia Valdivia conduziu a taça de campeão com dificuldade em meio à multidão. “A festa está sendo a melhor possível. Quero curtir tudo isso agora e esquecer o resto. Graças a Deus, ganhamos essa Copa do Brasil”, concluiu o antes contestado atacante Luan, agora se acostumando aos elogios.
Fonte: gazetaesportiva.net
Edição: Cícero Ferraz
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