segunda-feira, 30 de maio de 2011

Quadrilhas contam com ajuda de especialistas para traficar dinamites

Em Ciudad del Este, no Paraguai, quadrilhas especializadas em explodir caixas eletrônicos encontram as ferramentas necessárias.

 Os rastros do crime levam a Ciudad del Este, no Paraguai. É lá que quadrilhas especializadas em explodir caixas eletrônicos encontram as ferramentas necessárias. Tem até dinamite.

O tráfico de explosivos preocupa as autoridades brasileiras. Os repórteres Fábio Almeida e Guacira Merlin registraram a ação dos traficantes e descobriram que bandidos contam, inclusive, com assessoria técnica para fazer explosões.

A Ciudad del Este, no Paraguai, faz fronteira com o Brasil. No meio da rua, ambulantes oferecem de tudo, inclusive dinamite. Um dos camelôs diz que consegue o material em pedreiras e que entrega no Brasil. Outro traz a dinamite escondida dentro do casaco. O produtor de reportagem Fábio Almeida combina de voltar depois e não realiza a compra.

O tráfico de explosivos alimenta um número cada vez maior de roubos a bancos. Só no Rio Grande do Sul, foram 12 ataques desse tipo em 2010. O estado de São Paulo também está na mira das quadrilhas: esse ano, já foram explodidos mais de 50 caixas eletrônicos.

No Brasil, exército e Polícia Civil controlam a compra, transporte, armazenamento e venda de qualquer tipo de explosivo.

“A alternativa dos criminosos, e sem dúvida sempre uma boa alternativa, pela pouca fiscalização das nossas fronteiras, é a busca destes explosivos no Paraguai, Argentina e o Uruguai”, alerta o delegado Juliano Ferreira, do Departamento Estadual de Investigações Criminais.

O exército diz que está preocupado com os ataques. “Tem sido feito treinamento de pessoal, investido em tecnologia da informação para a gente conseguir coletar mais informação e dados para a gente distribuir nas investigações dos órgãos de segurança pública”, garante o capitão Reuel, da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército.

Para não chamar a atenção da polícia, os criminosos evitam roubos às mineradoras, pedreiras e empresas que trabalham com detonação. Preferem desviar o material. Contam até com a ajuda de alguns especialistas em detonação, chamados de “blasters”.

Em Ametista do Sul, cidade do interior gaúcho conhecida pela extração de pedras semipreciosas, a equipe do Bom Dia Brasil conversou com um homem que se apresenta como blaster. Ele sabe para que podem ser usados os explosivos que ele desvia.

Produtor: Isso aqui para uma parede de banco, meia dúzia disso aqui faz estrago?

Homem: Uma.

Produtor: Uma faz um estrago?

Homem: Isso aqui, bota em um caixa eletrônico embaixo, e levanta para cima. Se pegar, tu tem que dizer: ah, comprei, achei um cara vendendo coisas, e nem tocar no nome.

Fonte: Bom Dia Brasil / G1.com
Edição: Cícero Ferraz

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