O atacante Adriano se defendeu na tarde desta segunda-feira da acusação de ter baleado a estudante Adriene Cyrilo Pinto, 20, na madrugada do último sábado. Segundo o atleta do Corinthians, a própria vítima manuseava a arma quando a pistola disparou acidentalmente.
"Não entendo o porquê de ela estar me acusando. Os exames vão sair e vai ser comprovado o que houve. Estou tranquilo, senão, nem estaria dando entrevista aqui. Vocês sabem o quanto não gosto de dar entrevistas", afirmou o jogador, ao chegar à 16ª (Barra da Tijuca), para prestar novo depoimento sobre o caso.
A estudante ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.
Caso fique comprovado que Adriene está mentindo, ela poderá ser enquadrada por crime de denunciação caluniosa, que prevê pena de 2 a 8 anos de prisão.
Se Adriano for culpado, poderá pegar até 7 anos de prisão. Ele responderia pelos crimes de lesão corporal culposa (3 meses a 1 ano) e de fraude processual (6 meses a 6 anos).
Para Adriano, a acusação de Adriane é injusta. Por isso, frisou que não vai arcar com as despesas do tratamento da estudante. O jogador relatou ter tirado sua camisa para estancar o sangue oriundo do ferimento, e que se propôs a ajudar Adriane desde o início.
"Ela é a única pessoa que disse que eu estava no banco de trás. A própria amiga dela, que nem conheço, disse isso que eu estava na frente. Mostra que ela está agindo de má-fé. Não tem caráter", afirmou.
"Quando as coisas acontecem com o Adriano, têm uma repercussão muito grande. Não sei o que se passou na cabeça dela para ela fazer isso", completou.
Adriano contou que estava no banco do carona de seu carro, quando Adriene teria pego a pistola calibre 40 de um amigo do jogador, Julio Cesar Barros de Oliveira, 52, que é tenente reformado da PM. A arma, segundo o atacante, estava num compartimento entre os dois bancos da frente.
"Ninguém viu quando ela pegou a arma. Foi tudo muito rápido, apenas lembro do susto quando ocorreu o disparo, o barulho foi muito grande", observou.
O jogador garantiu que nunca tinha visto Adriene antes. Ele disse ter dado carona a ela a pedido de um outro amigo, que a teria conhecido no camarote da casa noturna Barra Music. Com o carro cheio -- havia mais três mulheres --, o amigo de Adriano teria pego o táxi e seguido o grupo. Adriano afirmou ainda que só conhecia duas das quatro mulheres que estavam no veículo.
Em relação ao Corinthians, Adriano afirmou não temer uma repercussão negativa do caso dentro do clube. Disse que tem recebido apoio do presidente, e que nada foi passado a ele sobre uma possível rescisão de contrato.
"Até agora, estou tranquilo. Não me falaram nada sobre isso [rescisão de contrato]", completou.
Para presidente interino do Corinthians, Roberto de Andrade, a história é uma "fatalidade". "Ele tem mais seis meses de contrato e iremos fazer uma avaliação como atleta e aí iremos analisar se vale a pena renovar ou não", afirmou.
O CASO
Adriene Cyrilo Pinto diz que foi atingida por um disparo acidental quando Adriano "brincava" com a pistola de Oliveira.
A versão do jogador é confirmada por duas amigas dele que também estavam na BMW 550i. Já a sexta ocupante do carro, amiga de Adriene, disse em depoimento que não sabe com quem estava a arma quando o tiro foi dado. Eles deixaram pouco antes a boate Barra Music, na Barra da Tijuca.
O delegado titular da 16ª DP, Fernando Cesar Reis, afirmou que o objetivo do novo depoimento foi de tirar algumas dúvidas, mas não informou quais.
Reis também disse que a acareação do jogador com a vítima será na tarde de quarta, em horário ainda não definido. O resultado do exame feito para verificar a existência de vestígios de pólvora nas mãos de Adriano e de Adriene sai em cerca de 15 dias.
Fonte: folha.com.br
Edição: Cícero Ferraz
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