terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Alunos apontam falta de recurso e de professores como problemas das universidades

São Luis - Após avaliação do Ministério da Educação, que considerou insatisfatório o desempenho geral das universidades maranhenses, alunos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) apontam as principais deficiências do ensino estão no corpo docente e na falta de recursos. Guilherme Ferreira, 24, está cursando o último período do curso de Oceanografia, e afirma que, apesar da qualificação dos professores, os alunos precisam, muitas vezes, buscar conhecimento extra-classe. "Apesar de muitos professores serem doutores, eles não repassam o conhecimento de forma didática", relatou Guilherme.

O aluno fica dependendo de si mesmo, acrescenta. "Mas, acredito que a universidade está caminhando a passos curtos", disse o estudante. Fabrício Mesquita, 20, é estudante do 3º período do curso de Medicina da UFMA e conta que a falta de estrutura compromete o aprendizado. Para o aluno, a universidade está começando a investir mais nos laboratórios e na parte prática em geral, mas ainda faltam materiais que são difíceis de serem adquiridos. "Além disso, temos ainda um laboratório inacabado", contou o estudante.

Sônia Maria de Farias Freire é Mestre em Farmacologia, Doutora em Biotecnologia e professora da Universidade Federal do Maranhão há 40 anos. Atualmente, Sônia Freire leciona nos cursos de Medicina e Nutrição da UFMA. Segundo ela, a situação da universidade hoje está bem melhor que nas décadas passadas. "Dificuldades sempre existem, mas procuramos resolvê-las da melhor forma. Nos anos que passei aqui já vi muita evolução", afirmou a professora. Ela ressaltou que uma das dificuldades da área da saúde é a falta de livros, que são poucos para a grande quantidade de alunos, mas que, por outro lado, os professores são qualificados. "Antes era muito difícil fazer uma pós-graduação. Hoje é possível adquiri-la sem sair de São luís". Ao falar dos alunos, ela aprova o esforço dos estudantes. "Os alunos se esforçaram para chegar aqui, eles têm um diferencial. Ao longo dos anos alguns abandonam seu curso, mas, em geral, o interesse é predominante."

Sem avaliação

A equipe de O Imparcial entrou em contato com outras instituições para obter posicionamento quanto à nota do IGC 2010. A Faculdade Atenas Maranhense (FAMA) informou em nota de esclarecimento que seus cursos não foram avaliados pelo Enade no ano de 2009. Portanto, as notas divulgadas em 2010 pelo Ministério da Educação (MEC), consideram resultados dos anos anteriores de avaliação. Informou ainda que processos contínuos de melhorias são implementados pela instituição para atender aos requisitos de qualidade do MEC. O Imparcial procurou também a coordenação do curso de Medicina do Uniceuma (que teve 11 vagas cortadas pelo MEC no mês de novembro) para prestar esclarecimento, mas ninguém atendeu.

Avaliação

No último dia 17 o Ministério da Educação (MEC) divulgou o IGC 2010 (Índice Geral de Cursos) das instituições de ensino superior do Brasil. O indicador atribui notas de 0 a 5 e avalia o desempenho dos alunos no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), além da infraestrutura das instituições e qualidade do corpo docente. No Maranhão, 21 instituições ficaram abaixo da média. Do total de instituições avaliadas, seis receberam nota 3 (razoável), 14 obtiveram notas insatisfatórias (1 e 2) e sete não tiveram conceito registrado (SC - Sem Conceito). Nenhum instituição maranhense alcançou notas 4 ou 5.

Fonte: O Imparcial
Edição: Cícero Ferraz

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