segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dados do Ministério da Educação mostram que o ensino superior do estado está abaixo da média


O Ministério da Educação (MEC) divulgou o IGC 2010 (Índice Geral de Cursos) das instituições de ensino superior do Brasil, no último dia 17. O indicador atribui notas de 0 a 5 e avalia o desempenho dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), além da infraestrutura das instituições e qualidade do corpo docente. As notas 1 e 2 são consideradas insatisfatórias, o 3 razoável e 4 ou 5, satisfatórias.

No Maranhão, 21 instituições ficaram abaixo da média (obtiveram notas entre 1 e 2) e podem ser penalizadas com o arquivamento de pedidos de abertura de novos cursos e até o descredenciamento. No Maranhão, seis instituições receberam nota 3 (razoável), 14 obtiveram notas insatisfatórias (1 e 2) e sete não tiveram conceito registrado (SC – Sem Conceito). Nenhum instituição maranhense alcançou notas 4 ou 5.

O chefe do Departamento de Organização Acadêmica da Universidade Federal do Maranhão (DEOAC/UFMA), Manoel Barros, informou que o resultado obtido pela UFMA, este ano, foi melhor que no ano passado, e que isso reflete o contínuo trabalho desempenhado pela universidade. “O trabalho desenvolvido na UFMA é constante. Nós buscamos melhorias para todos os cursos e acreditamos que a nota do Enade, que este ano foi maior, reflete o esforço da instituição”, afirmou Manoel Barros.

Para a obtenção do IGC foram avaliadas 2.176 universidades, faculdades e centros universitários.

O resultado alcançado mostra que 683 instituições obtiveram notas 1 e 2 e apenas 183 alcançaram uma boa avaliação (notas 4 e 5). Do total de instituições avaliadas somente 27 alcançaram conceito máximo (nota 5), número que corresponde a apenas 1,2% do total.

Universidades perderão cursos

O MEC divulgou uma lista das 70 instituições que serão punidas por apresentarem resultado insatisfatório. Dentre elas, 60 são faculdades e 10 são centros universitários e universidades. No caso das faculdades, foram escolhidas as que tiveram o IGC abaixo de 1,45. Dos centros e universidades, foram escolhidos os que apresentaram, pela segunda vez no ciclo, conceito 1 ou 2 (o ciclo diz respeito ao triênio 2008-2010). Na lista das 70 instituições, duas são do Maranhão: a Faculdade do Vale do Itapecurú (FAI) e Instituto de Ensino Superior Múltiplo (IESM).

O MEC divulgou também que irá cortar 50 mil vagas em cursos superiores nas áreas da saúde, administração e ciências contábeis. Nos cursos de medicina já foi determinado o corte de 514 vagas em 16 cursos, todos de instituições privadas, com resultados ruins na avaliação de 2010. A medida começa a valer no próximo processo seletivo de cada instituição. Uma das instituições é do Maranhão, o Centro Universitário do Maranhão - Uniceuma. As instituições passarão por supervisão e terão até um ano para cumprir o termo de saneamento de deficiências.

A assessoria de imprensa do MEC informou que ainda não foi feito um cronograma de fiscalização das 683 instituições que apresentaram notas baixas no IGC, mas que deve ser divulgada ainda essa semana a lista dos cursos que passarão por supervisão.

Instituições se manifestam

A equipe de O Imparcial tentou ouvir a direção da Faculdade Atenas Maranhense (Fama), Instituto Florence e Faculdade Santa Terezinha (Cest) - que tiveram nota 2 no IGC - e também o Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (Iesma), que não teve conceito. Ninguém atendeu na Fama e o instituto Florence informou que só pode se pronunciar após analisar o relatório detalhado do desempenho da instituição no Enade, que deve ser enviado pelo MEC. A direção da Faculdade Santa Terezinha não quis conceder por telefone.

O Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (Iesma) informou que a instituição não teve conceito, porque os dados divulgados correspondem ao Enade 2010, do qual a instituição não participou. A instituição informou ainda que realiza a prova apenas de três em três anos, tendo participado em 2005, 2008 e 2011. A reportagem tentou contato com o Ceuma durante toda a semana.

A assessoria da instituição requisitou as perguntas se comprometendo a enviar ao setor competente e retornar com a resposta, o que não ocorreu até o fechamento da edição. Na UEMA, a pessoa indicada para falar sobre o assunto não foi localizada. Na FAMA ninguém atendeu às ligações.

Fonte: O Imparcial
Edição: Cícero Ferraz

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