O Imparcial preparou uma série de reportagens com a rodoviária, aeroporto e terminal hidroviário para abordar os problemas de infraestrutura dos terminais de entrada e saída da capital.
São Luis - Imagine que um turista chegou a São Luís por via terrestre e enfrentou os problemas de infraestrutura da rodoviária. Então esse mesmo turista decidiu conhecer a baixada maranhense e, para isso, se deslocou até o Terminal de Passageiros da Ponta da Espera, no Itaqui, onde pretendia embarcar em um ferry boat sem grandes dificuldades. Isso seria possível se o turista em questão não fosse um cadeirante.
Principal via de acesso à região da baixada maranhense, os Terminais de Passageiros da Ponta da Espera, em São Luís, e do Cujupe, em Alcântara, tem na falta de acessibilidade seu principal problema de infraestrutura e maior motivo de reclamações de usuários. Faltam rampas de acesso para pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção, e, segundo os usuários, no terminal de Cujupe esse problema é ainda mais expressivo.
Responsável pela manutenção dos dois terminais, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) informou por meio de sua gerência de comunicação que investirá, até fevereiro deste ano, mais de R$ 400 mil na recuperação e melhoria da infraestrutura de ambos os locais. Ainda segundo a EMAP, apenas na Ponta da Espera serão empregados R$ 150 mil na melhoria da rampa de acesso ao ferry boat.
Atualmente, duas empresas fazem o transporte de passageiros entre os dois terminais: Servi-Porto e Internacional Marítima. A primeira opera com duas barcas, com capacidade para mais de mil lugares, enquanto a segunda possui cinco barcas, cuja menor comporta 240 passageiros e a maior chega a levar 900 pessoas. Entre São Luís e Alcântara, as balsas fazem dez viagens por dia. O preço médio da passagem é de R$ 8 por passageiro e R$ 60 por carro pequeno; esse valor aumenta dependendo do tamanho do veículo. Em um único ferry boat cabem até 70 veículos de passeio.
Todos os anos, mais de um milhão de pessoas circulam por esses terminais. Em períodos como o Carnaval, por exemplo, mais de 20 mil passageiros embarcam em um único dia. E as reclamações não são apenas de quem viaja. Ronald Cisneiros, supervisor de ferry boat da Internacional Marítima, diz que os usuários não se preocupam em preservar a infraestrutura das barcas e dos terminais. "As pessoas jogam lixo no chão do 'ferry', furtam papel higiênico. Já tentamos melhorar o banheiro, colocar espelho, torneira de melhor qualidade, mas sempre aparece alguém para furtar", conta.
O supervisor reclama também do assoreamento no trecho do Cujupe e da precariedade das rampas. "Os carros estão desembarcando praticamente na areia", revela. A EMAP, por sua vez, diz que até o final deste mês serão investidos mais de R$ 270 mil para a recuperação total do concreto da rampa sul, no Terminal de Passageiros do Cujupe. "Além disso, a calçada será reformada e colocado guarda-corpo ao longo do percurso com o objetivo de garantir a segurança dos usuários. Na área que dá acesso à mesma rampa e é utilizada para manobras dos veículos que embarcam ou desembarcam do ferry, o pavimento (bloquete) será substituído por concreto armado. Do outro lado, na rampa norte, o acesso de pedestres terá o o guarda-corpo reformado", afirma a gerência de comunicação da EMAP.
Ainda sobre a infraestrutura, a EMAP acrescenta que neste primeiro semestre adequará os terminais para garantir acessibilidade a todos, o que inclui a construção de uma rampa antes das catracas do Terminal da Ponta da Espera, interligando-a à rampa coberta que dá acesso às embarcações. Além disso, destaca a recuperação da pavimentação das vias de acesso e dos pátios internos; a pintura e sinalização horizontal do trânsito; e manutenção hidráulica, elétrica e de limpeza.
Fonte: O Imparcial
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