Cuidando do Futuro foi contemplado a integrar a Living Labs (ENoLL), com sede na Bélgica
SÃO LUÍS - Criado pelo governo do Estado, sob determinação da governadora Roseana Sarney, com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil (crianças com até 27 dias de vida) no Maranhão, o projeto Cuidando do Futuro foi contemplado a integrar a Rede Europeia de Living Labs (ENoLL) - associação internacional com sede em Bruxelas (Bélgica). O projeto receberá um selo que o certifica como Living Lab (Laboratório Vivo) que permitirá, entre outras vantagens, acesso a fundos europeus e outras fontes de financiamento.
A certificação foi garantida pelo presidente da ENoLL, professor doutor Álvaro de Oliveira, que comunicou esta semana - via correio eletrônico - a aprovação do programa maranhense à secretária de Estado de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, Olga Simão, que por sua vez informou e parabenizou a coordenadora do projeto e secretária-adjunta de Atenção Primária em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Cristina Maria Douat Loyola, que é coordenadora do projeto Cuidando do Futuro.
A metodologia e a trajetória do Living Lab, uma experiência que teve início na União Européia, em 2006, chegou ao Brasil em 2010. Conforme explicou Olga Simão, o laboratório propõe nova maneira de abordar a pesquisa científica, em ambientes de inovação aberta, por meio da cooperação entre os atores envolvidos como, por exemplo, comunidades, universidades, institutos de pesquisa, empresas e governo. No Maranhão, a experiência começou a ser divulgada e vivenciada pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior (Sectec) no segundo semestre de 2011, ao introduzir a ideia junto aos gestores públicos.
“Uma certificação internacional importante para o Maranhão, principalmente para este grande trabalho (Cuidando do Futuro), desenvolvido e coordenado pela Cristina Loyola, que passa a ter um selo mundialmente reconhecido. Parabéns à Cristina e à governadora Roseana Sarney que idealizou e implantou o projeto no estado”, disse a secretária Olga Simão.
Investimentos mundiais
A premiação do projeto Cuidando do Futuro, que já está funcionando em 17 municípios maranhenses, entre 38 considerados críticos em relação à mortalidade materno infantil, acontecerá no dia 22 de maio, em Bruxelas, na Bélgica, durante a cerimônia da 6ª Onda da ENoLL. Atualmente, a proposta do Cuidando do Futuro é expandir as ações para os outros 21 municípios, sendo que o trabalho em São Luís já começou com a realização das capacitações básicas do projeto.
Segundo destacou Cristina Loyola, a premiação fornece duas expectativas em âmbitos nacional e mundial. A primeira é a de que o projeto está no caminho certo, ou seja, se concretiza na busca de soluções simples com o apoio das comunidades. A outra é a de, após ganhar visibilidade, conseguir mais recursos com acesso a grandes financiadores (Banco Mundial, Fundação Clinton e a Rede Europeia).
“Agradeço o apoio da governadora Roseana Sarney que foi fundamental para desenvolvermos o programa nos municípios, o suporte da Secretaria de Saúde, além da perseverança da secretária Olga Simão para que inscrevêssemos o projeto na rede Living Lab, e também a todos os agentes de saúde, as comunidades que vibram com o Cuidando do Futuro. Estamos muito felizes com esta certificação internacional, que muito nos ajudará a continuarmos no combate à mortalidade infantil”, disse a secretária-adjunta da SES e coordenadora do Cuidando do Futuro, Cristina Loyola.Vale ressaltar que o projeto receberá este mês, no dia 30 de maio, em Brasília, o Prêmio Objetivos do Milênio.
Rede de Laboratórios Vivos
Conforme explicou o secretário-adjunto da Sectec, Osvaldo Saavedra, para se intitular como Living Lab qualquer organização pública ou privada do mundo precisa submeter uma proposta via formulário para integrar a European Network of Living Labs (EnoLL), que reúne labs do mundo todo. Se aceita, a proposta recebe o selo que certifica como Living Lab e que permite, entre outras vantagens, o acesso a fundos europeus e outras fontes de financiamento. No Brasil existem Labs nos Estados do Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
A Sectec foi quem trouxe o conceito da rede, primeiro no setor da administração do Governo do Maranhão e nas universidades, pois se trata de uma proposta geral que pode englobar várias vertentes. “Ficamos muito contentes, pois já nesta 6ª edição da Rede Européia, primeira que participamos, termos um projeto certificado. Esperamos para a 7ª Onda da ENoLL certificarmos muitos mais projetos”, afirmou Osvaldo Saavedra.
O Living Lab é uma metodologia importante para a área social, pois permite que haja maior interação entre os envolvidos no processo de construção de propostas que beneficiem às comunidades. Com ela, as políticas podem ser direcionadas ao perfil da comunidade, às suas necessidades, potencialidades e interesses.
O que é um Living Labs
É o ambiente da vida real onde o usuário (residente, trabalhador, estudante, visitante, consumidor ou cidadão) vive, trabalha, estuda, joga e se diverte. Neste ambiente real co-cria, experimenta novas ideias, produtos e serviços e realiza experimentação e testes. O ambiente da vida real substitui o ambiente clássico da pesquisa confinada ao laboratório onde os cientistas e técnicos investigam e desenvolvem produtos e serviços.
A Rede Europeia Living Labs (ENoLL) contribui para a criação de uma dinâmica, multidimensional do ecossistema de inovação europeu. Facilita a cooperação e a exploração de sinergias, entre membros e grupos de membros (áreas temáticas).
A ENoLL visa promover a globalização e a colaboração aberta internacional para resolver os grandes desafios do nosso tempo, contribuindo assim para a estabilização do mundo.
Conheça um pouco do Cuidando do Futuro
O Projeto Cuidando do Futuro se propõe a reduzir a mortalidade materna e infantil no Maranhão. O público-alvo são os profissionais de saúde que integram as Equipes de Saúde da Família (ESF) que, atualmente, somam um total de 4.771 pessoas que representam cuidadores de 20.904 famílias (considerando-se famílias constituídas por cinco indivíduos).
A comunidade, com o apoio dos técnicos do Projeto, desenvolveu e implementou Maneiras Diferentes e Inovadoras (MDIs) para reduzir a mortalidade materna e infantil, tais como as atividades Flor de Mãe (instrumento utilizado no domicílio da puérpera, para monitoramento e incentivo ao aleitamento materno que registra a frequência); Placa da Gestante e Placa do Bebê (identificação do domicílio da gestante ou puérpera, convocando todo o bairro para cuidar da gestante ou bebê, tornando-os visíveis à ESF e à comunidade); Algibeiras (forma de tornar visível para todos na unidade básica de saúde, quem são as gestantes/puérperas/recém-nascidos, e que situação de acompanhamento necessitam); e Casa do Meio do Caminho (local de acolhimento voluntário e de hotelaria com cuidado, que recebe de maneira generosa e solidária, gestantes que residem na zona rural, que necessitam de apoio, alimentação ou descanso, aguardando exames no hospital).
Fonte: Imirante
Edição: Cícero Ferraz
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