Com patrulhamento intensificado no complexo do Alemão (zona norte do Rio) na manhã desta quarta-feira, o Exército apreendeu ao menos sete bombas caseiras perto da estrada do Itararé --três delas ainda não tinham sido detonadas.
A atuação de policiais e militares foi reforçada na região depois de uma troca de tiros com traficantes na noite de terça. Moradores relataram que, além dos tiros, ouviam também barulhos de explosões de bombas e fogos de artifício.
Hoje, policiais circulam pelas favelas em motos, em dupla, e há pontos de policiamento ostensivo montados pela Força de Ocupação. Seis tanques do Exército que participariam do desfile de 7 de Setembro, no centro da cidade, foram enviados ao local.
Cerca de 50 PMs também ocuparam os morros do Adeus e da Baiana, próximos ao Alemão, por sua posição estratégica. No Twitter, moradores relatam que um "caveirão" o carro blindado do Bope e dois carros da PM continuavam no alto do morro da Baiana nesta quarta.
A situação no Alemão, no entanto, aparenta estar mais tranquila na manhã de hoje, segundo relatos dos próprios moradores e de militares.
De acordo com o capitão Sobral, da Força de Ocupação, não houve tiroteios durante a madrugada e a situação se normalizou por volta das 23h30. Os acessos às favelas da região, que tinham sido fechados durante o tiroteio, foram reabertos.
Ainda não há uma confirmação do número exato de detidos, mas informações iniciais indicam que foram quatro pessoas. Uma mulher foi presa por passar informações via rádio aos traficantes que tentavam invadir o local.
Segundo Sobral, somente uma pessoa ferida foi achada pelos soldados no Morro da Fazendinha. De acordo com o Exército, ela estava alcoolizada e havia sofrido uma queda.
A Força de Ocupação não confirmou a informação de que uma jovem de 15 anos havia morrido após ser atingida por um tiro na cabeça.
Ontem, a tia da adolescente Ana Lúcia da Silva, Carla Cristina da Silva, afirmou que a sobrinha foi atingida por uma bala perdida enquanto saía de uma escola na favela Nova Brasília. Ainda segundo a tia, ela foi levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Penha, zona norte, e teve morte cerebral decretada.
TRÁFICO
De acordo com informações da Secretaria de Segurança, o tiroteio começou na terça (6) à noite quando um grupo de traficantes, estimado em cerca de 50 pessoas, tentou invadir o complexo do Alemão, ocupado por tropas do Exército desde novembro do ano passado.
Fortemente armados, os traficantes atiravam em várias direções. Um dos alvos eram as lâmpadas nos postes de luz. A região ficou às escuras.
Um reforço de cerca de 100 homens do Exército foi mandado para o complexo. Policiais do Bope, equipados com um "caveirão" --o carro blindado da corporação-- também se deslocaram para a área.
Todos os acessos às favelas da região foram fechados. No quartel da Força de Pacificação, na parte baixa do morro, carros de combate do Exército, do tipo Urutu, foram preparados para entrar nas comunidades.
O comércio fechou as portas mais cedo. Os moradores procuraram se refugiar em casas também na parte baixa do complexo do Alemão. Veículos evitaram passar pela avenida Itararé, que margeia o complexo.
Além do barulho dos tiros, moradores afirmaram que também ouviam barulhos de explosões de bombas e fogos de artifício. Quem chegava do trabalho se concentrava nos acessos do morro, com medo de subir rumo às suas casas.
Fonte: O Imparcial
Edição: Cícero Ferraz
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