segunda-feira, 16 de abril de 2012

O governo decidiu suspender as negociações com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) após eles invadirem nesta segunda-feira (16) o prédio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em Brasília.

Em nota de repúdio, o ministro Pepe Vargas diz que só vai retomar o diálogo com os trabalhadores quando o edifício for desocupado.

Os integrantes do movimento chegaram às 5h30 da manhã e desde cedo impedem a entrada dos funcionários. Não houve registro de casos de violência ou tumulto.

Quem passa diante do ministério não percebe grande comoção. Cerca de 300 pessoas estão em frente ao prédio. O MST, no entanto, calcula a presença de 1.500 trabalhadores rurais participando da ocupação.

NEGOCIAÇÃO

Líderes do movimento exigem que o governo faça maiores investimentos para desapropriar terras no país e dizem que a reforma agrária está "estagnada".

Eles pedem a elaboração de um plano emergencial para o assentamento de 186 mil famílias acampadas, a criação de um programa para os assentamentos, investimentos públicos em habitação rural, educação, saúde e crédito agrícola.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, emitiu uma nota para informar que só vai retomar as negociações, iniciadas na última quarta-feira (11), após a liberação do prédio.

"Foi dado início ao diálogo em torno da pauta de reivindicações. Ficou estabelecida uma agenda de negociações entre o governo federal e o MST, processo democrático que é incompatível com o comportamento iniciado na manhã desta segunda", diz o texto.

A ação do MST faz parte da chamada "Jornada nacional de lutas por reforma agrária", promovida todos os anos pelo movimento no mês de abril.

O período, conhecido por Abril Vermelho, relembra o assassinato de 21 sem-terra em Eldorado de Carajás, no Pará, em 17 de abril de 1996.

Fonte: folha.com.br
Edição: Cícero Ferraz

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