quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Censo revela alto analfabetismo entre índios maranhenses

Segundo o IBGE, taxa é o dobro da média entre a população total do Estado.Pesquisa também mostra que no Estado são faladas 19 línguas diferentes
O censo 2010 revelou um retrato inédito da população indígena no Brasil. No Maranhão, uma das descobertas é a taxa de analfabetismo entre os índios, que é o dobro da média entre a população total do Estado.

O Maranhão tem hoje 38.831 índios de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge). A maioria mora nas 16 reservas existentes no Estado. Os dados são resultado das perguntas feitas às pessoas que se declararam ou que se consideram indígenas. Entre as 20 etnias registradas, são maioria os guajajara, da região de Barra do Corda, e os araribóia, da região de Grajaú, Santa Luzia e Amarante do Maranhão.

É a primeira vez que o IBGE divulga uma pesquisa detalhada sobre as características da população indígena do Brasil. “O ano de 2010 certamente foi um grande salto no que diz respeito à qualidade das informações, para melhor caracterizar essa população étnica aqui no Brasil”, disse José Reinaldo Barros, tecnologista da informação do IBGE/MA.

Segundo a pesquisa, crianças, adolescentes e jovens de até 24 anos são maioria nas aldeias, chegando a 20.900 índios nessa faixa. Nessas áreas o trabalho nem sempre significa o salário no final do mês. Cerca de 73% não têm nenhum tipo de rendimento e grande parte dos índios maranhenses com mais de dez anos de idade não sabe ler ou escrever. “É praticamente o dobro da média do Estado na população de dez anos ou mais de idade. Isso significa dizer que nós precisamos efetivamente ter uma ação mais contundente do ponto de vista das políticas governamentais para melhorar esse indicar social”, acrescentou Barros.

Língua

A pesquisa também revelou que a população indígena do Maranhão fala 19 línguas diferentes. A predominante é a guajajara e aproximadamente 28% dos índios do Estado não sabem falar o português.

“Dá pra gente avaliar o grau de bilinguismo para implementação de políticas públicas nas escolas, como que essas escolas têm que ser. Existia uma estimativa de se falar no Brasil em torno de 180 línguas, mas o IBGE levantou mais de 270. Então a gente tem um conhecimento muito melhor dessa realidade, onde essas línguas são faladas e quanto falantes têm”, explicou Patrícia de Oliveira, analista de planejamento do IBGE.

Fonte: G1 Maranhão
Edição: Cícero Ferraz

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