segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Polícia caça mandante da morte de empresário


São Luis - A polícia está à procura de dois suspeitos de envolvimento na morte do empresário Margio Laniere Andrade, 45 anos. Um deles seria o mandante do crime, mas, para não atrapalhar as investigações, a polícia não revelou a identidade. O outro procurado é Alex Nascimento dos Santos, que teria executado o empresário com o tiro na nuca. Alex já possui passagem pela polícia por vários homicídios e é ex-presidiário. O corpo do empresário, que estava desaparecido desde sexta-feira, foi encontrado em um terreno de sua propriedade, no Araçagi, no dia seguinte. Dois homens estão presos e prestaram depoimento ontem, na delegacia do Centro Integrado de Defesa do Norte (Cids-Norte). O caso é investigado pelo delegado Carlos Alberto Damasceno.

Em depoimento, os dois presos confessaram o crime. Estão detidos o caseiro Roubert Sousa dos Santos, 19 anos, e um é menor de 15 anos. Segundo os detidos, o crime foi motivado pela venda do terreno no Araçagi. O bem já havia sido vendido pelo menos quatro vezes, por diferentes corretores ligados a imobiliárias na área. Os presos declinaram o nome do mandante do assassinato. Pelo serviço receberiam R$ 15 mil, segundo relatos à polícia. Os envolvidos podem ser enquadrados por homicídio qualificado (sem chance de defesa da vítima, uso de arma de fogo e crime mediante pagamento), ocultação de cadáver, formação de quadrilha e estelionato.

A Polícia Militar estava em busca dos suspeitos e, desde as 8h30 da manhã de sábado realizou diligência no terreno, descobrindo o corpo na cova rasa. O comandante do Policiamento Metropolitano, coronel Jefferson Telles coordenou os trabalhos para a prisão do caseiro e apreensão do menor. Também enviou agentes de inteligência do 8º Batalhão da PM, duas viaturas e agentes do Núcleo Central da PM, que dentro do lote descobriram a terra mexida e lá encontraram o corpo do empresário. "Efetuamos a prisão destes dois envolvidos e agora resta a Polícia Civil aprofundar as investigações e descobrir outras motivações do crime. Já está caracterizado latrocínio e ocultação de cadáver realizado pelo caseiro, o menor e o Alex, acusado de executar o empresário", ressalta Jefferson Telles.

Suspeitas

Há suspeita de crime de encomenda motivado pelo conflito sobre compra e venda de um terreno, destacou o comandante. Os policiais encontraram o caseiro e dele tiveram versões diferentes do caso, inclusive indicando nome de outra pessoa. "Encontramos um menor, envolvido no crime e este incriminou o caseiro, que foi imediatamente preso pela polícia militar. Aí descobrimos as versões mentirosas do caseiro", explicou o coronel Jefferson Telles. A arma que matou o empresário havia sido entregue por ele ao caseiro. "O empresário entregou a arma para que o caseiro protegesse o terreno e foi morto por essa arma", disse o comandante. No dia do crime, o empresário foi ao lote e encontrou o caseiro, o menor e Alex. Além de matá-lo, também roubaram cerca de R$ 500 mil do empresário e teriam dado R$ 200 a Alex, segundo depoimento dos dois presos. A PM está realizando busca para prender a pessoa identificada apenas como Alex. "Chegamos a fazer duas incursões na casa do Alex, mas ele já havia fugido. Mas, conseguimos prender o caseiro, que mora próximo", disse o comandante.

Golpe

O caso do empresário Margio Andrade suscitou a descoberta de crimes de estelionato praticado por imobiliária daquela região. As investigações começaram em junho, quando o empresário denunciou a venda de seu terreno a duas pessoas e que vinha sofrendo ameaças. Em um relato feito à polícia, o empresário havia descoberto a venda de seu terreno a uma segunda pessoa pela quantia de R$ 20 mil, fato ocorrido ano passado. Ao procurar a imobiliária esta desfez o negócio com o comprador. Este ano, em junho, o terreno havia sido vendido novamente, desta vez por R$ 120 mil, foi quando o empresário procurou a polícia. O terceiro comprador estava construindo na área. "Esse grupo de imobiliárias, que já identificamos, vem promovendo a venda de terrenos que já possuem dono.

Temos que pelo menos 20 pessoas já foram enganadas pelo golpe", relata o delegado Carlos Damasceno. As imobiliárias agem na área do Araçagy, diz o delegado. Para realizar o crime elas contam com equipe de vários corretores. Os terrenos são escolhidos pela localização - quanto mais isolados melhor - e tamanho da área. Ao comprador as imobiliárias apresentam documentação fraudada. A vítima só descobre quando encontra o proprietário, como foi o caso do empresário Margio Andrade. "Eles lidam com terrenos e sempre vendem por valores maiores que os anteriores já negociados", disse o delegado.

Fonte: O Imparcial
Edição: Cícero Ferraz

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