quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Rebeldes anunciam morte de Gaddafi


Comandantes das forças rebeldes da Líbia anunciaram nesta quinta-feira que o ex-ditador, Muammar Gaddafi, foi capturado e morreu devido à gravidade de seus ferimentos durante operações militares em sua terra natal, Sirte, último reduto leal ao regime de 42 anos. O premiê líbio, Mahmoud Jibril, confirmou a morte de Gaddafi. "Nós confirmamos que todos os vilões, e também Gaddafi, deixaram nosso amado país. Acredito que seja o momento de começar uma nova Líbia, com uma Líbia unida, um só povo e um só futuro", afirmou ele em uma coletiva de imprensa em Trípoli. "Esperávamos por este momento há muito tempo. Gaddafi está morto", acrescentou. Segundo ele, o anúncio oficial de libertação do país deve ocorrer até sexta-feira.

Veja a reação internacional sobre a queda do regime líbio

ONU

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, afirmou que a notícia sobre a morte de Muammar Gaddafi marca uma "histórica transição para a Líbia". "O caminho à frente para a Líbia e seu povo será difícil e cheio de desafios. Agora é o momento de todos os líbios se unirem", disse. "Este é um momento de reconstrução e cura".

"Enquanto as autoridades de transição da Líbia preparam o caminho para as eleições e realizam muitos outros passos em direção à construção de sua nova nação, a inclusão e o pluralismo devem ser as chaves", acrescentou.

BRASIL

A presidente Dilma Rousseff disse não se pode comemorar "a morte de qualquer líder", mas ressaltou que este é o momento de se apoiar a transição política na Líbia. "A Líbia está passando por um processo de transformação democrática e é algo que todo mundo deve apoiar e incentivar. O que queremos é que esses países tenham a capacidade interna de viver em paz".

"O Brasil vem dizendo que a grande questão é justamente a reconstrução. O Brasil tem feito todos os esforços para que haja uma reconstrução dentro de um clima de paz", reforçou.

Mais cedo, o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) disse esperar que a violência cesse no país, "que as operações militares se encerrem e que o povo líbio siga em suas aspirações e anseios no espírito do diálogo e da reconstrução nacional".

UNIÃO EUROPEIA

Para os principais dirigentes da União Europeia, a morte anunciada é "o final de uma era" no país. O fim do ditador "marca o fim de uma era de despotismo e repressão que se estendeu por tempo demais pelo povo líbio", disseram em uma declaração conjunta os presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

"A Líbia pode nesta quinta-feira virar uma página em sua história e empreender um novo futuro democrático", declararam.

Van Rompuy e Barroso pediram ao CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político rebelde, que coordenem "um processo de reconciliação" dirigido a todos os líbios e permitam "uma transição democrática, pacífica e transparente no país".

ITÁLIA

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, afirmou que a morte do ex-ditador líbio, Muammar Gaddafi, "fecha uma página dramática" na história da Líbia. "Só desejo que se construa um país novo, livre e unido", afirmou o chefe de Estado em visita à cidade de Pisa.

Mais cedo, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse que "agora a guerra na Líbia acabou". Falou também uma frase em latim, "Sic transit gloria mundi", que significa "as coisas mundanas são passageiras".

FRANÇA

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, um dos mais fervorosos patrocinadores da intervenção internacional na Líbia, saudou o "desaparecimento de Muammar Gaddafi como um grande passo na libertação da Líbia".

"É um grande passo na luta conduzida há mais de oito meses pelo povo líbio para livrar-se do regime ditatorial e violento imposto durante mais de 40 anos", disse.

O ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppe, reforçou que a queda do regime marca o começo de uma nova era, da democracia e da reconstrução líbia.

RÚSSIA

O presidente russo Dmitri Medvedev defendeu que destino de Gaddafi deveria ser decidido pelo povo líbio, antes da morte do ex-ditador ser anunciada. "Esperamos que se faça a paz na Líbia e que aqueles que dirigem o Estado possam chegar a um acordo sobre o sistema governamental", disse.
Segundo ele, já em março Gaddafi era apenas um "cadáver político" sem lugar "no mundo civilizado moderno".

REINO UNIDO

O premiê britânico, David Cameron, assinalou que este é "um dia para recordar todas as vítimas" de Muammar Gaddafi, que classificou de "ditador brutal".

"Hoje é um dia para recordar todas as vítimas do coronel" [incluindo as que morreram no atentado de Lockerbie, Escócia, em 1988] e as inúmeras pessoas que morreram nas mãos deste brutal ditador e de seu regime", acrescentou em uma rápida coletiva em sua residência oficial de Downing Street.

ALEMANHA

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a morte é a oportunidade de um "novo começo" para a Líbia.
"A data representa o ponto final do regime, um dia importante para os líbios. Com ele acaba uma guerra sangrenta que Gaddafi lançou contra seu próprio povo. O caminho fica definitivamente livre para um novo começo político e em paz. A Alemanha se sente aliviada e muito contente".

Fonte: O Imparcial
Edição: Cícero Ferraz

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