A presidente Dilma visita com o governador Sérgio Cabral a região de Friburgo
BRASÍLIA e RIO - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que a construção de casas em áreas irregulares é regra, e não exceção no Brasil. Em entrevista coletiva no Rio, após uma visita a Friburgo, ela cobrou ainda que o trabalho de prevenção contra catástrofes como a da Região Serrana seja feito em conjunto entre os governos federal, estadual e municipal.
- Houve no Brasil um absoluto desleixo em relação à população de baixa renda, que foi morar na beira de córrego, do rio e em encosta dos morros - afirmou a presidente, ao lado do governador Sérgio Cabral. - A moradia em área de risco no Brasil é a regra, não é a exceção.
Dilma aproveitou a entrevista para negar que na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha ocorrido falhas no repasse de recursos para obras preventivas no Rio.
Ela negou ainda que na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha ocorrido falhas no repasse de recursos para obras preventivas no Rio.
- Essa é uma questão que jamais achamos [no governo Lula] e, no meu governo, continuarei não achando que o problema é do estado e do município. É um problema do governo federal de fazer uma política de saneamento e habitação. É um problema do governo estadual fazer a mesma política e somar esforços e não é um problema do município de ordenar devidamente a ocupação do solo urbano. O que está certo é que a gente diminua o efeito dessas chuvas. Essa é a nossa missão - disse.
Mais cedo, a presidente e uma comitiva vistoriaram os trabalhos de busca dos bombeiros nos destroços de um prédio que desabou na noite da última terça-feira no Centro de Nova Friburgo. Depois da visita, que incluiu um sobrevoo na região, a presidente seguiu para a prefeitura da cidade, acompanhada do governador Sérgio Cabral e de ministros, para tratar do plano de reconstrução.
'População pode esperar ações firmes'
Na visita a Friburgo, Dilma, também acompanhada dos ministros Nelson Jobim (Defesa), Alexandre Padilha (Saúde) e José Eduardo Cardozo (Justiça), conversou com moradores na Rua Luiz Spinele. A presidente e sua comitiva caminharam pela praça Getúlio Vargas, área central de Friburgo, para ver de perto os estragos causados pelas chuvas.
A presidente mostrou-se impressionada com os estragos, comentando sobre a situação das casas e afirmou:
- A população pode esperar ações firmes.
O governador Sérgio Cabral solicitou à presidente o envio de 50 bombeiros militares especializados em resgate, 120 soldados da Força Nacional de Segurança, médicos peritos e legistas, e helicópteros para o apoio ao trabalho nas cidades.
Na mesma entrevista coletiva, ele afirmou que ainda há áreas com risco de deslizamento e queda de barreiras e que a previsão do tempo para os próximos dias não é "tranquilizadora".
- Nós queremos fazer um alerta às três cidades e outras que estão em alerta. Já temos São José do Vale do Rio Preto e Areal com problemas, e a previsão pluviométrica não é tranquilizadora - disse.
O governo federal já liberou R$ 780 milhões para os estados atingidos, incluindo o Rio e São Paulo. Serão R$ 700 milhões para a área de defesa civil do Ministério da Integração Nacional e R$ 80 milhões ao Ministério dos Transportes, para recuperação de pontes e estradas. A medida provisória com os recursos foi assinada na quarta-feira e publicada em edição extra do Diário oficial da União.
Trabalhadores poderão sacar o FGTS
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, anunciou nesta quinta-feira duas medidas voltadas aos trabalhadores que vivem nas áreas atingidas pelas chuvas no Rio em São Paulo e municípios de outras unidades da federação em estado de calamidade pública. Uma delas é a liberação de saques do FGTS, atualmente limitados a R$ 4.650. Lupi afirmou que um decreto de emergência será publicado aumentando o valor para R$ 5.400.
Outra medida consiste na expansão, em até duas parcelas, do pagamento do seguro desemprego. Hoje, são três a cinco prestações.
As medidas começam a vigorar nesta sexta-feira. No caso do seguro desemprego, ainda falta uma resolução ad referendum do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
- A ideia é que o os trabalhadores possam recuperar bens materiais, seus pertences mais imediatos - informou o ministro.
Fonte:Agência Estado
Edição: Cícero Ferraz
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