O volume de crack apreendido em São Luís em 2010 aumentou 540% em comparação com o ano de 2009. Segundo a Delegacia de Entorpecentes da capital do Maranhão, em 2010 foram apreendidos 64 quilos da droga. Em 2009, foram 10 quilos. Pesquisas recentes afirmam que, hoje, cerca de 10 mil moradores da cidade são usuários de crack. São Luiz tem cerca de 1 milhão de habitantes. Portanto, o número de usuários de crack chegaria a 1% da população.
Segundo o titular da Delegacia de Entorpecentes de São Luís, Cláudio Mendes, o aumento expressivo da quantidade de droga apreendida reflete uma mudança de comportamento dos traficantes da capital maranhense. “Antes, a preferência era pela maconha. Mas, agora, muitos traficantes passaram a adotar o crack como principal fonte de renda”, declarou o delegado. “É um fenômeno que acontece em praticamente todo o país. No Maranhão, essa tendência acentuou-se a partir do ano passado”, complementou Mendes.
Pelas investigações da Polícia Civil do Maranhão, a maior parte do crack que chega à capital maranhense vem por terra, por meio da BR-222, que cruza cidades como Imperatriz e Santa Inês. A droga, pelos dados da polícia, normalmente chega a São Luís por estados como Mato Grosso e Tocantins.
Mudança – A invasão do crack em São Luís não somente trouxe um novo tipo de traficantes como também mudou o comportamento da violência urbana da capital maranhense. Os homicídios são mais violentos e a maioria deles tem ligação direta com o tráfico de drogas.
Dados do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de São Luís indicam que 80% dos assassinatos na capital têm ligação com o tráfico de drogas. Somente em 2010, foram registrados 498 homicídios em São Luís, uma média de 1,3 assassinatos diariamente. Esse número é 46% superior à quantidade de homicídios registrada em 2006. “Combater o tráfico de drogas é essencial para se reduzir os homicídios. Essa é uma realidade em todo o Brasil”, finaliza o secretário de Segurança do Maranhão, Aluísio Mendes.
O psiquiatra Ruy Palhano, especialista no tratamento da droga, afirma que essa mudança no perfil do usuário de droga não se reflete apenas nas estatísticas da Secretaria de Segurança do Estado. “Até cinco anos atrás, a maior clientela de dependentes era predominantemente de viciados em álcool. Hoje, nós temos entre 30% e 35% de dependentes do crack”, assinalou o especialista.
Fonte: Maranhaonews
Edição: Cícero Ferraz
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